Carta ao cercadinho



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(Fotomontagem: Uli Batista)

 

Enquanto meu pai brigava pelo direito ocasional

de tomar cloroquina

a Prevent Senior fazia mais uma vítima

em um estado que compõe a república federativa

cobaia de um experimento

mais bizarro de construção de mentiras

disparadas em massa.

nas redes sociais

os biscoitos para o ódio já imposto

aos comedores de mortadela

muita mentira conceitualmente criada

para fazer imaginar ser verdade

o que de mais fácil pode se provocar no ser humano

e sempre foi assim

o ódio agrega mais que os fatos

a raiva enche o peito com a ração da estrutura

política que tá nem aí pra o buraco econômico

que a gente se meteu

basta o bolso cheio “meu e dos meus”

a boquinha militar come qualquer movimento

de real ascenção do povo que come na mão

do políticopastor que queira falar mais alto.

e sempre foi assim

se espreguiçar em qualquer emprego

ficar calado, por lucro ou por medo

de ser chamado na coordenação.

brasil tem esse problema de infância

o medo é um bilhete que um escravo da fábrica

escreveu pra pedir ajuda a sei lá

a deus

aos dias economizados

e nós saindo para empurrar o bonde

dostentação daqueles pilantras goodvibes

frasesinha bíblica na bio apolítica

da prática sínica genocida

do vai ter tudo o que pode.

generosidade fingida: parecer querer o bem estar

de quem você não suporta ver pegando vôo

derruba conquistas, você compara preço

desejar ser milico castrador de prazer

ter que parecer ser mais rico,

desejar a ostentável

dureza do ser.

esse é você

e omito.


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