Dura não dita



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Me chuparão os seios secos

Não hão de dar uma gota sequer de líquido

Impregnadas de mastite

 

Ainda que tentem me implantar semente

No meu ventre não fecundará

Nenhum fruto sintético

 

Ainda que insistam

Que me raspem a pele, que implantem o medo

Transformarei tudo isso em festa

 

E dançarei ao som do estalo noturno

Dos gemidos e gritos de dor

Que soarão como bela música

 

Hei de gargalhar de seu ódio

Patético, humilhado e sem beleza

 

A cada ferida, uma redenção

A cada pancada, uma nova emoção

A cada choque, tesão

 

Porque essa dor não sente qualquer um

Ela é o prazer do depois

 

Da dura resistência

Da palavra não dita

 

Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração


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