Sangue quente



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Nesse sangue quente queima a vontade de fazer sua própria história
De construir o próprio querer, de ter a própria voz
Nessas terras de indígenas, caboclos, negros, mulatos, cafuzos e mamelucos

Nasce dessas veias a força que ultrapassa o tempo e crava-se na memória
De resistir mesmo diante da ação mais atroz
Nesse suor está a coragem de quem sobrevive ao ataque dos intrusos

Permanece acesa a chama de vida desse povo, que muitos chamam escória
Pra acender a esperança desse mundo feroz
Nesses olhos está a consciência de quem não se dobra aos espúrios

Batem no peito os guerreiros que fazem da paz a sua própria glória
Que não aceitam que lhes encham a garganta de nós
E lutam contra o preconceito, genocídio e ódio estúpidos

Esse sangue e revolta há de se reproduzir e alcançar vitória
Oxalá nossas vidas não caminhem a sós
E juntos vivamos o mundo dos justos

Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração


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