Quando eu morrer



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Mário Gomes

Quando eu morrer
Irão distribuir minhas camisas,
Minhas calças, minhas meias, meus sapatos.
As cuecas jogarão fora.
Ninguém usa cueca de defunto.
Irão vascular minha gaveta.
Vão encontrar muita poesia,
Documentos e documentários.
Só sei dizer
Que foi gostoso viver.
Sentir o amor e proteção de minha mãe.
De conhecer meus irmãos, meus amigos.
De vê de perto as mulheres.
Só posso deixar escrito:
“obrigado vida”.

Mário Gomes é um dos ‘caras’ da poesia cearense, apesar dele não “tá nem vendo” pra isso


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