Uma história de Amor



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(Ilustração: Banksy)

Por Nagle Melo

E eu aprendi a sentir o amor que agora corre nas minhas veias, o amor que me faz lembrar dos momentos mais lindos e delicados que vivo quando estou com ele e também quando estou sozinha.

Acho que o amor tem um quê de frio na barriga; um quê de sabedoria; um quê de respeito (a si próprio e ao outro); um quê de amadurecimento e, por isso, uma percepção aguçada das repetições traiçoeiras. Se o erro é inerente aos humanos, quem dirá às relações. Mas quando a gente erra, o erro é outro, modificado e perdoado. Durante um tempo da pré-adolescência, me vi idealizando tanto esse amor, que quando me deparei com as possibilidades de amor (es), só sentia dor, alegria (em alguns momentos), mas muita dor. Dor que eu nem sabia direito se era dor mesmo ou se era ‘viagem’ da minha cabeça e sensibilidade demasiada.

O fato é que abençoada por aquele bendito banho de mar do Cumbuco, fui iluminada com a esperança de que, sim, o amor não havia desistido de mim. E logo depois da madrugada dançante, percebi que eu também não havia desistido do amor e deixei que a amorosidade me abraçasse forte e não me deixasse ir embora sem ao menos pegar meu telefone.

Ao me dar conta de tamanha façanha, a de amar (e se deixar ser amada), tive medo, mas esse medo, incrivelmente, não cresceu. Achei estranho, afinal de contas, não é tão simples assim sentir amor. Ou é? Pois bem, foi aí que respirei fundo, mentalizei todas as energias boas que guardo no peito e falei: ‘você é meu amor’.

A partir disto, de assumir não somente que ele é meu amor, mas também e principalmente, que eu sou só amor, senti que estava viva e que aqui dentro crescia o feminino mais lindo que eu jamais imaginei existir. E é com essa descoberta constante do amor, do feminino e de mim mesma que vou seguindo e aprendendo que sem amor eu nada seria.

Nagle Melo é psicóloga, amante do ócio e escreve o que seu coração grita


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