Sobre sentir coisas depois do filme “A história da eternidade”



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(Foto: reprodução internet)

João Ernesto

Nunca mais havíamos partido após o apagar das luzes. Ficamos olhando o tempo infinito que um filme possibilita. Um tempo que não acaba e nos remete a essa finitude nossa e a essa nossa busca pelas coisas sem nome. Entre a redenção e a culpa tem um mundo todo pesando sobre as costas, como nos remetemos às pequenas coisas e as sentimos como se estivessem acontecendo agora mesmo. Processo cego em busca de um sentido vago que nos apazigue a dor.

Sentimos dor e Estamos. É tudo o que ficou: nossos retalhos, nossos dedos que tremulam buscando tatear alguma coisa. Ficamos zonzos e queremos desejos nem tão sutis, rezamos e nos remetemos aos nossos padrões tão estúpidos, a nossas morais. Ficamos ensimesmados, acendemos cigarros e caímos em tentação, amém…

Enfim, estamos vivos! E isso é tudo que temos por agora. Se depois nos culpamos, é porque estamos em processo constante… e choramos. Choramos, mar salgado que desce a boca. Choramos sem ter nem por que… mas antes do último ponto da reticência, o choro seca, mar revolto e a brindamos à tormenta que antes atormentava. Lá em cima o sol vai estar anunciando que a gente vai passar, virar adubo, plantar mensagens, dúvidas, inspirações… e o sol vai estar lá.

A possibilidade de ser mar dentro da gente. De colocar asa em pedra, fazer da pedra, mar. Banho de chuva mesmo sem querer, por mais que tenham tirado as bicas de todas as casas. À chuva, ao mar, à poesia e às grandes possibilidades que têm dentro de nós.

João Ernesto acredita que as reticências ainda querem dizer muita coisa…


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