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A chuva cai lá fora como pedaços do meu passado
As nuvens cinzas como as lembranças da infância
Que tempo? Já nem me lembro mais dessa vida
Os olhares tensos das dúvidas a me inundar a alma
Ao fundo aquela música, faz lembrar o primeiro trago
O ritmo intenso dos carros, vida cheia de arrasto
Que tempo? Nem me reconheço dentro desse contexto
As bocas ávidas a remeter o resíduo da saliva intrigante
Aquela garrafa solitária querendo encontrar minha inconsciência
Goles amargos desse mundo sem consciente relevância
Que tempo? Esse mesmo do hoje que me faço
Os abraços apertados que fazem meu coração sorrir
No canto um monte de vidas deslumbradas e interessantes
Empilhadas como livros a espera de um leitor
Que tempo? Aquele que eu viverei, quando eu não sei
As mentes insanas a criar significado e temor
Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração