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Kinzin
A história do futebol nos ensina a sempre procurar um time pra torcer. A tomar partido. Quase todas as crianças, sejam elas meninos ou meninas, são incentivadas por seus pais a começarem a torcida por um clube desde a tenra idade. O pai leva pro estádio, dá roupinha do time, ensina o hino, faz de tudo para que seus sucessores acompanhem a sua paixão clubística. Mas isso nem sempre acontece.
Quando os pivetes resolvem torcer um time diferente do pai é uma confusão só em casa, mas não tem jeito. Todos devem saber conviver com as diferenças e respeitar a escolha e preferência esportiva de todos. Os meninos ficam grandes e passam a acompanhar jogos e mais jogos tanto nos campos, quanto na televisão. Dependendo do time, o amor pode aumentar com as vitórias e ficar mais forte ainda nas derrotas. E não importando em que circunstância seja, o torcedor nunca esmorece do seu time de coração, mesmo ele capengando.
Quem ama futebol e assiste em frequência quase ininterrupta, costumeiramente não assiste só aos seus jogos, ou seja, aqueles que são do seu próprio time. Por diversos motivos, que podem ir desde curiosidade, falta do que fazer, até mesmo gosto por ver várias partidas, as pessoas gostam de ver jogos de outros times além dos seus. É psicológico, se tem um time que tá jogando bem, encantando a todo mundo, eu também quero assistir essa equipe jogar. E como definir o sujeito que simpatiza e vibra com os times que não são os tradicionais campeões, os sempre favoritos, os que geralmente são considerados os azarões?
Que ele é um louco ou fanático. E provavelmente o é, afinal é bem mais cômodo gostar dos times que estão sempre vencendo, que aparecem sempre na mídia. Contudo, legal mesmo é torcer pela vitória de um time que só tem tropeços pelo campeonato quase todo, e sabe por que? Porque aquela vitória é tão comemorada pela sua torcida que vale como se fosse um verdadeiro título do torneio mais importante do mundo. Se você é daqueles que numa final entre dois times quaisquer (que não seja o seu envolvido, obviamente) torce sempre para o “coitadinho”, o que tem menos grana e fez uma campanha brilhante derrotando adversários poderosos para chegar até ali e tentar derrubar o todo-poderoso rival bilionário, você não está sozinho. Saiba que estamos juntos nessa peleja dos fracos e oprimidos! Viemos ao mundo para dizer que enquanto houver futebol, haverá torcida para esses times.
Não queremos tomar o lugar daqueles que escolhem sempre o melhor time pois sabem que a possibilidade de vitória tende a ser maior. Apostamos é na imprevisibilidade do futebol e de que Davi pode vencer Golias algumas vezes. E mesmo quando perde (como quase sempre) espera-se que tenha cumprido o seu papel com honra apesar da infinita superioridade do adversário. Gostamos do inesperado, do não habitual, do que foge à regra. Jogadores e torcedores muito caretas me irritam, eu quero mesmo é que o futebol seja uma grande diversidade com espaço para todos. Se o sol nasce para quem quiser, por que o futebol não pode ser assim?
Que venham mais times como Brasília, Santo André, Paulista, São Caetano, St. Pauli, Atlético de Madrid, Borussia Dortmund, Chapecoense, Icasa, Sampaio Corrêa, Ituano, Coruripe, Campinense, ASA, Bangu, América-RJ, Lusa, The Strongest, Tolima, Mazembe, Derby County, Rayo Vallecano. Jamais o espírito alternativo se apagará. Ele sempre se renova.
P.S: Gostaríamos de pedir desculpas desde já se você se ofendeu em ter o seu time citado no texto. A maioria deles são clubes ditos como pequenos que já aprontaram para cima de algum grande ou clubes que não necessariamente são pequenos, mas inferiores em dinheiro a outros e fizeram feitos impressionantes.
Kinzin é amante dos mais variados tipos de músicas possíveis e das boleiragens cotidianas da vida, não necessariamente nessa ordem