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Frida Popp
Por que minha nudez te incomoda?
Por que fechas os olhos?
Nua, desprendida das roupas que trago todos os dias para esconder o corpo que, nos ensinam desde cedo, é preciso ocultar dos olhos famintos, sedentos de carne, ardentes de desejo, que sexualizam tudo o que os cerca, estou despida de muito.
Enquanto tiro, peça a peça, em um balé silencioso, as vestes que me encobrem a pele, fechas os olhos.
Cada vez mais.
Com mais força.
Nua, liberto-me.
Dispo-me por dentro. Dispo-me de todas as tentativas vãs de querer ser, no desejo de agradar e condizer com as expectativas, o que não sou.
Nua, caem-me pelos dedos vestido, calcinha, rótulos, orgulho e egoísmo.
Estou, corpo exposto, de alma limpa.
Nua, estou livre.
Livre das camadas de civilidade que somos obrigados a carregar, das regras morais e bons costumes.
Por que fechas os olhos?
Meu ser se despe comigo, pouco a pouco.
Abre. Abre teus olhos!
A minha nudez reflete essência.
Abre teus olhos e despe-te também!
Despe-te de todo o medo e máscara que nos oprimem. Tira essa casca construída pelo mundo. Quebre! Rasgue! Tire!
Permita-se ser… Desnudo de saberes e pretensões.
Permita-se ser nu.
Frida Popp não gosta (e não sabe) de definições