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(Foto: Ana Bento)
João Ernesto
Falei a ela que chegaria mais tarde, ia esperar que o sol desse seus últimos lampejos vespertinos e, baseado naquele fim de tarde, ia depurar o que deveria continuar entre eu e ela. Se minha paciência fosse infinita e meus julgamentos não se baseassem em erros alheios não sentiria a necessidade daquele fim de tarde. Quando a noite trouxer o que deve ser eu vou voltar e acatar a minha decisão, vou ser justo com a única pessoa que mereça minha fidelidade: eu mesmo.
Fui àquele pôr do sol munido de duas pêras e uma dose de amor que me faltava, a graça de sentir-se mal amado é que tudo pode ser engraçado de uma hora pra outra, depende da forma que você busca enxergar a situação.
Na primeira pêra eu já sabia o que dizer a ela, por isso que a comi tão devagar, tava demorando a acreditar. Essas coisas de sentimento… lembrança… não resistem a um fim de tarde.
João Ernesto acredita que as reticências ainda querem dizer muita coisa…