Pequenez



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Bárbara Braz

Me pergunto em que parte da caminhada iremos aprender sobre o mundo, sobre o ir além?

Quando nos vejo engaiolados a uma só cultura, a uma só religião, a um só povo, percebo o quão pequenos “ser-mundo” somos nós. Pequenos, inúteis até! Por que não sair dessas amarras e ir ao encontro do outro, dos outros, do novo em síntese?

Não me refiro aqui a viajar, ir a uma cidade desconhecida, bonita, bater fotos e voltar para casa com uma sensação de relaxamento. Me refiro a experienciar certos lugares, certos roteiros, certos outros. Me refiro ao encantamento! Pisar no chão lentamente, fazer movimentos comuns aos que ali vivem. Me refiro às sábias e lindas trocas, nas quais não seremos os mesmos jamais!

Quando imagino o quanto esse mundo é grande, o quanto de coisa viva e bonita existe por aí afora, e nós cada vez mais fincados àquela velha rotina “natural” da vida, do ir e vir todos os dias, ir e vir, ir e vir. Até que chega uma hora em que você percebe que de natural esse movimento não tem nada.

Como podemos considerar natural um movimento que nos despotencializa? Que concebe apenas as trocas materiais, de preferências lucrativas! Natural, normal?

Normal o adoecer? Normal o repetir? Normal o não-viver?

Acredito que percebermos e aceitarmos a nossa condição de pequenez é o primeiro passo pra busca do inteiro. Porque pequenos sempre seremos, mas podemos ser pequenos-inteiros, pequenos-outros, pequenos-caminhos, pequenos-sonhos, pequenas-vidas.

Podemos sair. Mas, e o Voltar?

O Voltar já não será mais necessário, porque o encontro já se deu.

Bárbara Braz é assistente social e vê muita beleza no sorriso de uma criança


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