Para não esquecer



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(Foto: Drawlio Joca)

 

Por João Ernesto

Não procurar ser o mesmo nessa quase mesmice

Não sair com a mesma cara amarela nas fotos

Nem sorrir só com os dentes

Nem com a mesma pessoa

pra fingir simpatia

pra ser o mesmo…

O mesmo, camarada…

não é o que a gente tem.

 

O que a gente tem, esse bicho estranho que nunca se cria

Se anuncia quando a gente se cansa em andar de joelhos

Que depois de escutar tantos conselhos

Deixa machucar, sair sangue, centelha

até ficar vermelho!

Se tem dúvida

no quengo, um solavanco

um impulso pro fundo

desliguem o aparelho!

O enfermeiro sumiu…

Na verdade ele nunca existiu.

Era só um sentimento vago,

de branco dorso, pele reluzente

E poucos amigos.

 

É falta de cabimento

não ficar cabendo

tentando e sendo

um ator sem diretriz?

 

João Ernesto acredita que as reticências ainda querem dizer muita coisa…

*Poesia publicada na Revista Berro – Ano 02 – Edição 04 – Julho/Agosto 2015 (a seguir, versão PDF).


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