7 novembro, 2014
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João Ernesto
O amor é uma merda
Que a gente mantém dentro
Durante muito tempo
Sem digerir ao certo
E depois que evacua
Uma leveza, alma nua
É bom conferir após a descarga.
Porque depois vem outra pessoa
E pede pra usar o seu banheiro
Levanta a tampa do vaso
E sente o cheiro
Do tamanho do amor escondido
No fundo da privada.
Portanto, companheiro
Pra se desfazer da merda
É preciso mais que uma descarga
É preciso um balde pra poder jogar água
E quando ele se tornar aquela ideia vaga
Não se iluda, pois certa coisa nunca muda
Na lembrança e no valor de uma cagada.
João Ernesto acredita que as reticências ainda querem dizer muita coisa…
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