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(Foto: Medianeras, reprodução internet)
João Ernesto
Haveria ainda mais dias?
Sobrevida e fumaça
Névoa cinza ou poeira das estrelas?
Momentaneamente o café perde o gosto
E a comida
E esse mês que começou
Agosto.
A vida não poderia ser mais sem graça.
Olhem as praças, tão inabitadas…
Tudo vira vias de fato
automotivas.
Dormir, acordar, até o sonho já é esperado
O conto parece não acabar
Amores rasgados
e línguas entrelaçadas
Entre o veneno da saliva
E a saída do escarro.
Cortei os pulos goela abaixo
Nada de banho de bica,
Nem de canto manso…
Por alguns minutos, nada mais.
Resta o resto do tempo
E esse coração Colasanti
Num instante pululante
Nesse instante, para de pulular
Rasgado o eixo da memória
A fluida loucura escancara a história
De onde estou e onde queria estar.
João Ernesto acredita que as reticências ainda querem dizer muita coisa…
*Poesia publicada na Revista Berro – Ano 02 – Edição 02 – Agosto/Setembro 2014 (aqui, versão PDF)