Mãos livres para a experimentação



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A artista plástica e bailarina cearense Marcionília Pimentel brinca de arte com a boniteza das verdadeiras brincantes. Com seu pincel que dança ao sabor da experimentação livre, ela vai dando asas e cor às profundezas de sua alma, que desabrocha em formas e contornos que se entremeiam plasticamente numa bela harmonia estética.

Seu projeto, o “Oficina das Mãos Livres”, é múltiplo – em papel, tela e fotografia – e dá vazão à sua verve criativa, que brota de forma intuitiva e espontânea; como ela bem confirma, “de dentro, do inconsciente”. Para conhecer mais do projeto, visite Oficina das Mãos Livres

A Berro bateu um papo com Marcionília para entender um pouco mais de seu processo de criação.

O que tu sente durante o teu processo de criação?

É tudo muito intuitivo e espontâneo e, no geral, tento não planejar muito quando começo a criar.

Dá pra tentar “traduzir” isso em palavras?

Muitas vezes a pintura vai por onde ela quer ir e, ao final, vejo as formas e contornos que eu fiz bem inconsciente, até me admiro com o que virou! Eu sinto muito prazer com esse caminho, o percurso, o trajeto… Tanto quanto com a realização final. Algumas vezes eu até nem gosto do final, mas me deleitei bastante no processo e isso é bem interessante.

Tu já pintou alguma série específica?

Não, sem séries até o momento, mas tenho uma afeição profunda pela intervenção em fotografia, principalmente relíquias de família.

Tem vontade então de fazer alguma coisa por aí?

Seguramente farei uma série com pinturas sobre fotos antigas dos meus antepassados.

Há algum impulso erótico no ato de pintar? (*erótico aqui entendido no seu sentido mais abrangente, como a pulsão da vida, aquilo que excita, que vibra, que fazemos com vontade).

A vida me inspira muito. Como sou bióloga e também danço, consigo visualizar de forma clara como isso influencia a minha pintura. Eu vejo muito movimento no meu pintar e também muita organicidade. As formas celulares, a histologia e muitas outras influências biológicas. Não é meu norte, não é minha intenção direta, mas é algo que sempre emerge, vem de dentro.


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