Impermanência



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Essa eterna impermanência lhe tomou a corpo
Espadas vermelhas lhe cortaram o véu dos olhos
Pesaram em seus ombros a agonia do mundo

Essa eterna impermanência
lhe tomou o coração
Mostrou o delírio do vagar sem rumo dos olhos
Bateu no peito um ardor profundo

Essa eterna impermanência lhe tomou a alma
Rasgou seu íntimo a violência dos olhos
Sangrou em si a dor do outro

Essa impermanência permanece lá ativa
Rebelada por punhos resistentes
Que se refaz ativa e persistente

Essa impermanência pesa, bate, sangra, mas não teme
Vê, às vezes compreende
Se alimenta do futuro
Sobrevive de presente
Se entende no passado
Resiste, insólita, canhota, intrépida e perene

Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração


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