26 setembro, 2014
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Essa eterna impermanência lhe tomou a corpo
Espadas vermelhas lhe cortaram o véu dos olhos
Pesaram em seus ombros a agonia do mundo
Essa eterna impermanência
lhe tomou o coração
Mostrou o delírio do vagar sem rumo dos olhos
Bateu no peito um ardor profundo
Essa eterna impermanência lhe tomou a alma
Rasgou seu íntimo a violência dos olhos
Sangrou em si a dor do outro
Essa impermanência permanece lá ativa
Rebelada por punhos resistentes
Que se refaz ativa e persistente
Essa impermanência pesa, bate, sangra, mas não teme
Vê, às vezes compreende
Se alimenta do futuro
Sobrevive de presente
Se entende no passado
Resiste, insólita, canhota, intrépida e perene
Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração