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Daniel Sansil
Quantos universos
eu já vi por aí
quantos universos
quantas ondas variantes
Olho vagamente
é um livro de física
empoeirando a estante
por que eu guardo isso?
Insisto em olhar o livro
e reflito, suspiro
Quantos erros de cálculo
e me dou a rir
Enquanto o livro discute
se é aberto ou fechado;
se finda o universo;
eu já contei milhares
Desculpem-me os sábios
mas o meu universo é bem diferente
ou a mesma coisa
só que mais abrangente
Neste momento que me passa
prefiro seguir os poetas
e lembro de outro sábio
“cada um de nós é um universo”
Assim me rendo aos versos
e deixo de frescura
e tiro onda com as regras
e chamo o que quiser de universo
Bato no meu peito
chamo meu coração de galáxia
de planetas meus dedos
o vácuo é a praça
e por um segundo, o mar
aquele mar todinho
é só um fiozinho
do meu mar de cabelos
Sendo universo então
não é bom esquecer
que quando é grande a atração
é forte a colisão
mas eu nem tenho medo
isso eu deixo pros cometas
que são menores
coisa que cabe em telescópio
Me espalho no vácuo
explodo, mas também brilho
muitas vezes sofro
mas só me mantenho no que quero
Daniel Sansil é isso, aquilo, acaso