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(Pintura: Picasso)
Por Eva
O suspiro antecede a carícia vinda dos seus dedos moleques. O corpo arrepia por inteiro, deixando que os bicos dos seios criassem vida dentro da blusa, que devagarzinho ia sendo desabotoada. Botão por botão. Enquanto isso, ela acreditava que estava numa espécie de não-lugar, onde só sentia. O sentia.
Os dedos moleques caminhavam lentamente sobre seu corpo, percorrendo com delicadeza todos os poros de sua pele. Já estava molhada e sentia que sua umidade a tomava por completo. Alisava suas pernas, depois as coxas e subia como quem queria encontrar o que latejava há tempos.
Como quem contempla uma flor, cheirava o sexo dela e tomava gosto com a ponta da língua. Primeiro, na parte externa, reconhecendo seus pelos, lábios e, enfim, o clitóris que o chamava intensamente. Adentrava neste ser com toda a propriedade de quem quer e sabe dar prazer. Ela gemia, respirava forte, gritava. Parecia que ia se partir ao meio; parecia que não ia dar conta de tanto prazer. Ele então continuava esta saga sexual beijando o umbigo, a barriga, o osso abaixo do peito. Segurava e apertava o seio completamente excitado. Chupava, chupava,chupava.
Enfiou os dois dedos em sua boceta e se deu conta de que o prazer dela escorria quente em suas mãos. A vontade de tê-lo dentro de si era infinita e crescia a cada toque perfeito dentro de sua vagina. Ela então segurou o seu pau e o que sentia era a intumescência mais firme que já usufruiu. Começaram a se masturbar, um no outro. Ele, completamente absorto pelo prazer que ela sentia e pelo desejo de entrar naquela boceta molhada. Ela, que naquele instante virara um poço de gozos sucessivos, batia-lhe a punheta como nenhuma outra mulher o fizera. Foi então que a penetrou com todo o desejo ardente existente no seu corpo e alma e os dois, por alguns minutos (que pareceu uma eternidade), se tornaram um. Numa overdose de prazer, o gozo dele e dela, ao mesmo tempo, se fez presente no recinto sexual e o que renasceu em seguida foi um novo homem e uma novamulher.
Exaustos e em êxtase, quase não dominavam seus corpos nus. Havia um sorriso em cada corpo, refletido pelo suor que a lua, cúmplice desta cena, fazia brilhar ainda mais na penumbra do quarto dela.
Dormiram abraçados. Amanhã seria um novo dia.
Eva é romântica-idealista, completamente absorta pelo feminino que a constitui.