3 dezembro, 2014
0 Comentários
0 Comentários
Me chuparão os seios secos
Não hão de dar uma gota sequer de líquido
Impregnadas de mastite
Ainda que tentem me implantar semente
No meu ventre não fecundará
Nenhum fruto sintético
Ainda que insistam
Que me raspem a pele, que implantem o medo
Transformarei tudo isso em festa
E dançarei ao som do estalo noturno
Dos gemidos e gritos de dor
Que soarão como bela música
Hei de gargalhar de seu ódio
Patético, humilhado e sem beleza
A cada ferida, uma redenção
A cada pancada, uma nova emoção
A cada choque, tesão
Porque essa dor não sente qualquer um
Ela é o prazer do depois
Da dura resistência
Da palavra não dita
Vanessa Dourado é professora por formação e poeta de coração