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Por Frida Popp
Vida,
nem sempre és bela.
Tem dias em que és, permita-me dizer com respeito, ingrata e dura como aquelas quinas de porta que chutamos com o dedo mindinho.
Cobras de nós, minha amiga, o que muitas vezes não podemos te (ou nos?) dar.
Essa semana me dirias, sussurrando Lenine no meu ouvido, que devo ter paciência… Ou quem sabe era força que me pedias? Nem o primeiro e muito menos o último pedido eu consegui atender, Vida.
Ao não atender um desejo teu, a água escorreu pelos olhos.
Sai da frente, menino! Aqui a água vem sempre intensa!
Inundou tudo, a água salgada e cheia de sentimentos difusos…
Sei que não me pedirás desculpas, minha amiga. Bem sei que a culpa não é sua. É desse seu irmão mais velho…. Como se chama mesmo? Ah, é Mundo, eu acho.
Esse mesmo! Esse tal de Mundo bate na gente com força às vezes. Nos deixa de mãos atadas, muitas outras. Outras tantas faz como você e nos obriga a escolhas e decisões imediatas: remar contra a maré ou seguir em linha reta?
E você, amiga Vida, nos impõe um bem-lidar e bem-conviver com esse moço tantas vezes traiçoeiro (mas bonito também, é preciso admitir!).
És dura, vida.
Sabes ser tão dura quanto sabes ser bela e doce…
O que queres de nós afinal?
Acho que já me dissestes, por intermédio de um menino do sorriso bonito acolá:
“A primeira lágrima cairá
rasgando a alma.
A segunda cairá lavando.
A terceira… Não deixa cair.
É hora de agir.
Porque a vida pede coragem”
Frida Popp não gosta (e não sabe) de definições