Campeão mundial



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A América Latina é a região com o maior número de assassinatos de ambientalistas. O Brasil deixou de ser o favorito nos campos de futebol para ser o campeão em mortes de defensores da Pachamama. Só no ano de 2015 “marcou” 50 mortes – segundo dados da Global Witness. Estes indesejados sujeitos que defendem os bens comuns – algo que parece um tanto quanto pós-moderno na visão de muitas pessoas (os indígenas que não ouçam!) – são um desagradável enclave para os crimes ambientais que movimentam vários bilhões de dólares sagrados ao custo de sangue indígena e de ecologistas, que não é verde e nem da gringa, porém muito necessário para manter os padrões.

Enquanto todos lamentam o rebaixamento do Brasil na S&P, com manchetes espalhadas desde The New York Times até o mais chinfrim do bairro, ao sangue derramado pela luta ambiental, nem uma nota de rodapé. Estes meios, financiados pelos “outros” os quais são financiados pela agroindústria e pela mineração, não enxergam as vidas dos que lutam por justiça e nem podem dar muito espaço. Afinal, se já fazem tanto barulho sendo tão poucos, imagine se a moda pega.

Vanessa Dourado é poetisa e feminista latino-americana

 

 


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