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(Arte: Rafael Salvador)
Por Diane Southier
De verdade eu me apaixonei
por teu sexo, meu prazer
Não por pouco duvidei
desse laço, meu querer
Na ansiedade que eu tinha de amar
por muitos braços eu busquei
Fui tão longe nesse caminhar
que até em sonho vacilei…
Era tão simples não ter que mentir
…difícil de acreditar…
Não preciso nem omitir?
Então aos poucos entendi
que nada tem a ver com a gente
toda essa aflição
que a repressão que o corpo sente
não é páreo na conexão
de um amor que não mente
Em certo ponto eu já sentia
-não importa fato ou crença-
para além de toda diferença
autoridade, posse, hierarquia
Amar com liberdade
mais que utopia
é também necessidade…
Eu sei
Liberdade com amor
-sinônimo ou pleonasmo-
não rima com rancor
com sofrimento
nem com dor
Longe de mim!
Eu quero é orgasmo
no começo ou no fim…
A hora não importa, vem logo!
Empurra a porta
faz o que te agrade!
Vem sem pressa
eu quero é com vontade!
Demora…
me pega com força
me goza a sanidade
me enamora!
Vamos aprender?
eu, ele, ela
você
junto e em conjunto
a amar sem poder
sem moral e sem verdade
Pensar o amor
com a leveza da amizade
Esse tudo que é tanto!
mas não fidelidade
nem lágrima ou pranto
Iguais
e nada mais…
Aquilo que sonhamos
tem a ver com lealdade
Nesse ideal cotidiano
a nossa guia
é a igualdade
É, amor, eu já sabia…
que se tudo isso não bastasse
estranho mesmo seria
se eu não me apaixonasse
Diane Southier é poetisa social e cientista poética