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Artistas se apresentam na ocupação do Iphan em Fortaleza (Foto: Raíssa Forte)
Por Raíssa Forte
“Resistir”, “Fora Temer”, “É proibido proibir” são algumas frases presentes nos cartazes colados no prédio do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que está sendo ocupado há mais de 20 dias por artistas da cena local de Fortaleza.
Com a câmera em punho, cheguei na ocupação no domingo, 5 de junho, no meio da tarde. Já na calçada, vi rostos conhecidos, abracei amigos, pedi permissão para entrar. Apesar de a ocupação receber todas as pessoas que se identificam com o movimento, o portão do Iphan é trancado por uma corrente e cadeado, mas sempre tem alguém para abri-lo quando aparece gente para somar. Trancar o portão foi só uma forma de promover um pouco de segurança para os(as) ocupantes, e ter controle de quem entra e sai do local.
Assim que adentro o espaço, encontro umas sete barracas montadas. Sigo mais adiante e vejo alguns(umas) ocupantes rindo ao som da música Mistério do Planeta dos Novos Baianos; outros(as) desenhando e pintando frases e pensamentos militantes nos cartazes. Pergunto se tem alguém com que eu poderia conversar para entender um pouco da ocupação, o motivo de ela ainda estar acontecendo.
Bem, eu sabia que a ocupação, articulada com outros órgãos ligados à cultura e espalhados por todo Brasil, foi motivada, a princípio, pela extinção do Ministério da Cultura (MinC). Entretanto, o atual presidente interino, Temer, voltou atrás nessa decisão, e, apesar de o MinC ter retornado, os(as) artistas continuam ocupando o Iphan. E eu queria entender o porquê.
Foi então que a Herê Aquino, diretora, pesquisadora, professora de teatro, fundadora do Grupo Expressões Humanas, aparece e se disponibiliza a conversar comigo e me explicar o motivo da ocupação ainda continuar. Abaixo segue um pouco da nossa conversa.