Berrando Poesia – Patrícia Meireles



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(Ilustração: Levi Noli/Revista Berro)

Não vás ainda 

 

Pouso o olhar, apesar do meu rosto

cansado , sobre a tua pele 

que conheço tão bem, e tu a mim.

Hoje, eu quis dizer- te o que sinto

apesar da dor na alma, ser uma constante 

agonia, perdoa-me..

Sei lá,  por ser talvez um ser que nasceu 

para criar, e estar no meu mundo sozinho.

Como as folhas das árvores que vai vêm,

sinto o tempo a correr-me desesperadamente entre os dedos,

a dor ainda cresce mais em mim.

Tenho tanto para te dizer,  mas não sei

como fazer, perdoa-me..

Não vás ainda..

sem a tua presença,  perco a esperança 

e não consigo remar.

Não vás,  

 

por mais que eu queira estar no mundo

metafísico, eu pensarei em ti 

mesmo não estando contigo

fisicamente, a minha alma

Acredita,  nasceu para te amar.

Por isso, sei lá, 

ainda é cedo para partir.

 

As almas nunca se desconectam

 

As almas separam-se , pela desfortuna

Da vida, ou de um momento

deambulam desesperadas,

À espera do tempo

Em que os dedos entrelaçados

se tornem a cruzar,

Por aí , repletos de saudades

De mostrar o grito do coração

que sente, com desejo

Voltar a exculpir na arte 

a sorte que teve

Em poder ser amado,

e abraçado intensamente.

As almas quando se desconectam,

um dia tornam a abraçar-se,

Nem que seja na memória:

ou numa máquina do tempo.

 

Quando a nostalgia pairar

 

Quando o tempo passar

e eu por ventura me acostumar,

com a efemeridade da minha

pele, a enrugar

nostálgica, e cheia de vontade

no tempo recuar:

dançarei na chuva, com as gotas

de um temporal, a abraçar minha solidão

Nunca estarei só, apenas será

uma mera impressão, de quem teve boas

memórias…

Nunca será tarde para sonhar,

e viver com intensidade

Mesmo que o corpo, pareça

apodrecer, é a lei da vida

Envelhecer!

Voltarei no tempo, como nuvens

que pairam sobre a minha cabeça,

Tornarei a escrever, para me reerguer

 e viver qualquer fase, com o espírito

E a essência de uma menina

que ansiava abraçar o mundo,

Como se nunca fosse acabar.

Viver a vida, até que uma força divina

Me chame!

E quando o meu propósito

Na terra, estiver finalizado,

Não haverá nostalgia

Que se apodere de uma alma

que deu tudo, por sonhar, amar, lutar…

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