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Retratando o mercado São Sebastião, em Fortaleza (CE), este ensaio fotográfico sai sem grandes pretensões, mas com propósito: registrar momentos soltos. O que resultou nas imagens que vos apresento!
Fazendo uma releitura das fotos, percebo que em meio ao alvoroço no qual nos encontramos, envoltos desse medo, misturado à preocupação, tensão e descaso de alguns, além da negligência e despreparo do nosso Governo, é possível perceber um suspiro, é possível captar pessoas, inclusive pertencentes aos grupos de risco.
E lá estão eles e elas, trabalhando, andando pelo mercado, levando consigo tranquilidade e serenidade, visivelmente fantasiando um “normal” sem a ameaça que envolve nossa situação atual…
Vejo sobretudo, uma solitude, um individualismo, um resguardar de si…
Que imagens incríveis e o texto também, as imagens fazem uma leitura do nosso novo cotidiano. Excelente trabalho.
As imagens não só foram bem captadas, como perfeitamente transmitidas!! Parabéns!!
Esta exposição chama bastante a a atenção para a contradição de nossas vidas. Daí a propriedade do título: “um suspiro sereno em meio a esse turbilhão”, salientando o paradoxo de serenidade e turbilhão, signos que marcam os desejos sociais em oposição às realidades sociais. A apresentação também endossa esta contradição social: “registrar momentos soltos”. A ideia de captura, registro cujo sentido de apreensão, pausa complementa o de fluxo e agitação de movimentos soltos.
De fato, as imagens retratam/constroem estas sensações de potência e desamparo: pessoas bem delineadas e vultos movimentando/dispersando-se; mãos da infância e da velhice; partes do corpo “soltas” – pés do bebê, mãos da criança ou “deslocadas” – cabeças cabisbaixas; corpos em contradição – indo e vindo, parado e andando, com máscara e sem.
Estas são algumas marcas dessas fotografias que nos impactam diante de nos termos do autor “sem grandes pretensões”, mas com o propósito, diríamos, de nos problematizar sobre nossas “fantasias de normalidade” com as quais, paradoxalmente, nos colocamos em perigo e nos resguardamos.
O comum!
visto pelo os olhos de uma lente,
Exelente conotação e retratos.
Parabéns ao artista!