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Nestes dias 21, 22 e 23 de agosto, vai rolar a Carcará Foto Conferência, um evento que vai reunir fotógrafas e fotógrafos de diversas periferias de Fortaleza, do Ceará e do Brasil para, juntas, pensarem as possibilidades da arte fotográfica e a construção de narrativas que possam contribuir para transformar o atual estado das coisas.
A programação contará com diversos debates sobre sociedade a partir da imagem. Como o material de divulgação antecipa, os diálogos acontecem “com o intuito de fortalecer os laços, conhecer trabalhos, romper estereótipos e abordar questões sociais, políticas e filosóficas da fotografia”.
O evento surge como proposta para celebrar o mês de fotografia. De acordo com Karine Araújo, uma das produtoras e articuladoras do evento, juntamente com Nágila Gonçalves e Leo Silva, a Carcará “tenta produzir algo que seja diverso, que faça jus à nossa diversidade, à nossa pluralidade, que não aborde a periferia apenas numa perspectiva de marginalização, mas que a gente possa falar prum público diverso, porque a gente também é diverso”.
“Não estamos falando só pro público da periferia, a gente quer falar pra todo mundo, pra quem queira nos ouvir, nos ver, compartilhar suas experiências com a gente. A gente quer que esse evento chegue em vários locais, a gente tá trabalhando pra isso, pra ter um evento organizado, acessível e plural”.
Para Karine, o acesso à arte e à cultura não deveria ser exclusivo às pessoas que têm privilégio econômico, já que vivemos em uma sociedade culturalmente plural. Ainda mais em um contexto de pandemia, quando o acesso à arte “vem como uma maneira de respirar”.
Mais do que aguardar que outras pessoas realizassem o evento, as realizadoras foram lá e se propuseram a fazer, a produzir.Para a produtora, o evento está sendo feito na cara e na coragem; como se diz no favelês cearense, “na tora”. Karine Araújo é enfática:
“Quem diz o que é arte? Quem diz o que é cultura? A gente tá procurando se afirmar, nos colocarmos como artistas e também como produtores de arte, como produtores culturais”.
As produtoras do evento acreditam que a fotografia é um meio de percorrer um caminho de transformação social. Segundo Karine, “ainda hoje quem tem fácil acesso à fotografia são pessoas que têm certo poder aquisitivo e que tão na centralidade da sociedade, pessoas que têm como pagar câmeras, cursos, livros, viagens, aulas com grandes fotógrafos, que têm como acessar galerias nacionais e internacionais”. De acordo com a realizadora, a transformação, dessa forma, acontece quando a fotografia pode ser utilizada para proporcionar o deslocamento e a descentralização desses privilégios.
Acompanhe o evento nas redes sociais: @carcara.fotoconferencia
Confira aqui a PROGRAMAÇÃO.
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