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Frida Popp
Vida,
tem dias em que a gente simplesmente não consegue escrever.
A saudade aperta, de repente. As responsabilidades se amontoam. Os afazeres nos tiram o tempo, a paciência. As dores chegam todas juntas.
Lá vem esse Mundo me pedir coragem de novo… Sai, menino Mundo! Deixa! Doer às vezes é importante.
Deixa eu sentir como as injustiças da tua confusão se fazem sentir forte em mim. Às vezes é preciso parar.
Não dá pra escrever hoje, Vida.
A mão reflete o que tem no peito. Escrevo quando o que tenho nele já não cabe. Escrever pra mim é transbordar.
Só que tem dias em que não transbordamos em palavra e poesia: transbordamos é em água mesmo.
Nem peço que a poesia ou tu, Vida, afastem ou contenham a dor. Às vezes é preciso que doa.
Às vezes é preciso chorar… Em silêncio.
Frida Popp não gosta (e não sabe) de definições