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Bárbara Braz
a cidade sem rumo,
congestiona caminhos,
provoca desencontros.
Faz-se do chão o caos,
e do consumo a sua bandeira.
Cerceia o simples.
Não permite sonhos,
nem utopias.
Envolvida por cercas, prédios,
e muros de (des)sociabilidade,
também chamados de proteção,
faz-se fechada, privada.
Afetos – perdidos no trânsito parado,
faz mudo os desejos,
e impossível os amores.
Rostos – perdidos na multidão,
cansados, fadigados,
não fazem luta.
Acostumados,
frutos de um ritmo frenético,
esquizofrênico, seguem.
Do céu gélido,
sem cor, sem gosto e sem vida,
escamoteia qualquer esperança.
Para onde olhar?
Para onde seguir?
Há padrões,
há regras,
há prisões.
Não há afetos.
Há pessoas,
carros,
coisas. (infinitas)
Não há humanidade,
tampouco laços.
Bárbara Braz é assistente social