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Mais do que práticas rotineiras, “Rotinas” aborda os desafios das gentes simples para ter o de-comer do dia a dia. A partir do diálogo com três comerciantes do São Cristóvão, no Grande Jangurussu, região sul de Fortaleza, somos levados a aprender um pouco mais sobre como é sobreviver em condições de adversidade material. Dona Leonora, seu Luís e dona Quinha têm rios de sentido a nos ensinar. Basta prestar atenção nas suas falas, nos seus olhos, nos seus gestos.
A riqueza do documentário está também na sua aposta em mostrar as cotidianidades do bairro: crianças empinando bicicletas, feirantes montando as barracas para a feira que se avizinha, senhores jogando um descontraído dominó num final de tarde, o movimento das ruas…
O que torna “Rotinas” ainda mais denso e cru é o fato de que seus realizadores são do bairro, criados na periferia e também, de diferentes formas, têm que ralar para sobreviver na adversidade.
Contemplado na 6ª Ação Jovem da Rede Cuca Fortaleza, o doc foi produzido, dirigido e roteirizado por Leo Silva, Lucianna Silveira e Thiago Campo e editado por Laura Oliveira. Já foi exibido nos seguintes locais/festivais: Semana Pela Soberania Audiovisual; Mostra de Arte na Biblioteca da UFC; Festival Latino-Americano de Cinema de Canoa Quebrada – Curta Canoa/2017; III Mostra Itinerante Livre de Cinema: Por Outras Fortalezas; Semana da Mulher no Museu da Cultura Cearense – Cine Debate no Museu da Cultura Cearense.
Separe aí 15 minutins do seu dia e se jogue nessa experiência antropológica de assistir Rotinas.
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Artur Pires é um dos berradores dessa revistinha enxerida. É jardineiro de plantas e de sonhos.