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(Foto: reprodução Funai)
Hoje, 19 de abril, é o Dia do Índio. Como bem disse Jorge Ben em seu hino às etnias indígenas Curumim Chama Cunhatã Que Eu Vou Contar (Todo Dia Era Dia De Índio), antes, “todo dia era dia de índio, mas hoje eles só têm o dia 19 de abril”. Acrescento: nem o 19 de abril têm mais. A bem da verdade, o dia é meramente simbólico porque em termos objetivos e concretos, no que diz respeito à garantia de direitos, eles não têm quase nada.
Quando os portugueses atravessaram o Atlântico e invadiram a Terra Brasilis, os índios já estavam aqui. Quando os mesmos portugueses traficaram negros para cá e povoaram o país com diferentes etnias africanas, eles já se encontravam por estas terras. Sempre estiveram. Mas isso foi subvalorizado em toda a nossa história, em nossa formação enquanto povo. Nesse ínterim, os povos indígenas foram violentamente dizimados – e boa parte dos que resistiram sofreram processos perversos de aculturação. Para se ter uma idéia da matança e aculturação, havia cerca de 6 milhões de autóctones e 1.300 línguas indígenas no Brasil, em 1500, ano da invasão portuguesa. Atualmente, há cerca de 300.000 índios e apenas 170 línguas. Um verdadeiro extermínio de um povo!
Ainda hoje, são oprimidos com a especulação imobiliária no campo e com o agronegócio, que os expulsam de suas terras para dar lugar a latifúndios monocultores e resorts fazendas. Quando ocupam latifúndios improdutivos, são tachados de invasores pela mídia golpista. Ora, como podem ser invasores de terras que atavicamente são deles? A reocupação de terras pelos índios é apenas uma reapropriação do que lhes é historicamente de direito! Nada mais natural. Nada mais justo.
Hoje em dia, são considerados figuras exóticas pela maioria dos urbanos. Os moradores dos grandes centros não se reconhecem mais neles! Com isso, perdemos muito! Principalmente, algo que é muito peculiar aos índios: a sensibilidade necessária para agir em acordo com a natureza e seus fenômenos e, a partir daí, aproveitar toda a riqueza e magia que ela nos oferece. Nós, caraíbas, podemos até usufruir dessas riquezas naturais ao irmos à praia tomar um banho de mar ou pegar umas ondas, ao subirmos uma serra e curtirmos o verde exuberante, aquele friozinho gostoso e o canto dos pássaros nas árvores, mas nunca entenderemos a maneira como os índios a compreendem e a vivenciam.
Isso sem falar no senso de cooperação e partilha das aldeias indígenas, verdadeiros exemplos do que é o comunismo em sua essência: a comunhão de bens, valores e idéias – e o respeito igual a todos!
Enfim, se tivéssemos mais da veia indígena em nossas ações e comportamentos, certamente seríamos uma sociedade melhor, justa, mais humana, menos egoísta, mais natural… Resgatemos nossa ancestralidade indígena. Façamos esse esforço! (E não digo aqui para abdicarmos das tecnologias e passarmos a vestir cangas e cocares; não tem nada a ver com isso!). Acho, sinceramente, que está faltando muito de índio em cada um de nós!
Salve o índio, salve as matas!
PS: Não poderia deixar de referenciar aqui minha ascendência indígena (estampada claramente na minha aparência física). Muito possivelmente minha ascendência é da etnia Kariri, da região sul do Ceará, no Cariri, onde nasci e cresci (nascido em Barbalha e crescido no Assaré). Se já tenho rasgos indígenas, meu avô Chico tinha muito mais: sujeito de poucos pêlos no corpo, da pele vermelha, do cabelo liso em formato de cuia e dos “zói” puxado. Ééé…! tenho a quem puxar.
muito bom ele ensina muito bem é selete professor com muito carinho para os alunos né para ajudar nos criar um conteudo para as aulas apartir de hoje [eu deixo com muito carinho um abraço e com fica com deus].
legal