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(Arte: “Mandaluna”, Asas para Cysne)
Cris Cysne
Não podemos olhar para o céu sem olhar para o passado. Não podemos olhar para o passado sem olhar para o que somos hoje. A ciência diz que a luz dos astros viaja anos até chegar aos nossos olhos humanos; que a luz da lua está a um segundo-luz da Terra, e que olhar para ela é como sempre olhar um segundo no passado. É dito até que muitas estrelas que contemplamos nem existem mais… A gente fica ali, olhando pro que “não existe”, mas que nem por isso deixou de brilhar.
Se percebermos a vida, veremos certa semelhança. A gente vai seguindo ali, vivendo… vivendo e vivendo… sem compreender ao certo que rumo os pés apontam. Tentando entender direito o que fazemos diante das situações que o destino nos manda. Depois de um tempo, a gente percebe que precisou viajar anos-luz adiante para finalmente olhar para trás (ou para o céu) e ver o brilho dessa jóia chamada Ensinamento. Jóia essa que é a luz de uma consciência mais madura; jóia que o destino tinha que te presentear para que você se tornasse exatamente a pessoa que você é hoje.
Olhando pro céu, ou olhando para dentro de nós mesmos, fica claro que passado, presente e futuro são uma coisa só. Tal ensinamento, minha amiga e meu amigo, só pode ser concluído se você olhar para o passado ao mesmo tempo que olha para o hoje, entendendo que a soma dos dois é o seu futuro, e que por fim, a soma dos três é você, e esse Todo completo que você é, é a própria eternidade. Esse olhar só pode ser possível depois de anos-luz viajados. Eu disse LUZ! Entenda luz como sabedoria. Entenda sabedoria como lição aprendida.
Aprender exige esforço. Esforço e coragem, pois aprender também exige errar, e nem todo mundo tem coragem de assumir os erros que comete. Erros são como estrelas do passado, nos mandando luz para o novo Eu Presente e que afinal inspirará o Eu Futuro.
Quem não se atenta em olhar para o céu, é possível que desconheça também sua própria luz. Luz que brilhou ontem, brilha hoje e brilhará amanhã. Acho que o que a gente chama de “viver”, na verdade é fazer como a luz dos astros fazem: viajar, viajar e viajar… Anos-luz pela vida. E o que importa mesmo, camarada, deve ser essa luz que viaja. Esse corpo é igual aos astros-fantasmas do espaço, podemos captar somente a beleza do brilho! Brilho esse que, quando vai embora, segue vivo e forte pelo universo.
Se eu olho pro céu e vejo coisas que “não existem”… Gosto de ser essa coisa assim inventada, mas que eternamente será luz! Uma dica? Vem olhar o céu!
Cris Cysne é artista por vocação, publicitária por formação, viajante por convicção e uma eterna grata à arte das mandalas