Desconserto



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(Foto: Vitória Régia)

 

Por Vitória Régia

 

O que arrebata desampara certezas

Destrói purezas

Assim tu

Leopardo cigano escondido da luz

Escuros olhos de espirais elétricos

Que me seduzem

Olhos baixos, meu túnel escuro úmido

Flor que sai das bocas de sereias

Feito prece dissonante

Tua presença imensa afogando o dizer

Calado por compaixão

É deleitoso falar de ti, como penoso pensar assim

Se verdade, faço morada no peito

Para voltar nascida e vária do teu sumo escorrendo

Mas ignora a desavença

O que só é ódio frêmito o que surge de paixão.

 

Vitória Régia é professora por precaução, poeta por vocação e assina o blog entreditos.wordpress.com/


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