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Por Rique Férrari
primeiro corra até a janela, olhe através do vidro, a cidade em fogo-luz
acanhados quartos de pontos velados, raízes de velas ao chão
o serviço da chuva em almofadinhas de vento – faz frio
penso que desastre total das concepções
isto de nos vermos nos espelhos mas nos enxergarmos nas janelas; no colégio nunca comentaram a respeito
agora vá um pouco mais, para o lado de fora da janela
psicografando os restos de brisa, as fornalhas dos condescendentes e mutantes painéis de luz; mantenha o equilíbrio, ora na constelação de janelas ora no deserto de céu
– e que tanto
como as harpias
destemidos do gélido e do fogo, iríamos chegar neste ponto, você sabe, é um convite:
pule
com sua face completamente escancarada na conjunção dos átimos de segundos,
vislumbrando a gênese e os saltimbancos letreiros, os faróis trilhados e então a coragem
te leva
até a janela daquele amigo amedrontado pela leitura dos sinais presentes
até a rua onde franciscanamente você subiu/desceu raspando o limo dos muros,
quando criança;
lembra?
seus pais batizaram-no e deram um nome: – filho
e então sua avó ganhou um pequeno deus
as portas estão abertas
volte sempre.