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{"id":6938,"date":"2021-06-23T08:15:47","date_gmt":"2021-06-23T11:15:47","guid":{"rendered":"http:\/\/revistaberro.com\/?p=6938"},"modified":"2021-06-22T17:33:42","modified_gmt":"2021-06-22T20:33:42","slug":"esse-negocio-de-gangue-acabou-se-consideracoes-sobre-a-paz","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistaberro.com\/series\/antropologiadocrime\/esse-negocio-de-gangue-acabou-se-consideracoes-sobre-a-paz\/","title":{"rendered":"\u201cEsse neg\u00f3cio de gangue acabou-se\u201d: considera\u00e7\u00f5es sobre a \u201cpaz\u201d\u00a0"},"content":{"rendered":"
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(Ilustra\u00e7\u00e3o: Lara Albuquerque)<\/figcaption><\/figure>\n

 <\/p>\n

N\u00e3o recordo exatamente o m\u00eas, mas foi no in\u00edcio do segundo semestre de 2015, que um amigo do bairro me ligou para me contar sobre a \u201cgrande novidade das \u00e1reas dos \u00faltimos tempos\u201d. Esse amigo, que aqui chamarei de Falc\u00e3o, \u00e9 amigo de Camale\u00e3o, um dos meus interlocutores da pesquisa, de quem j\u00e1 falei nesta s\u00e9rie. Camale\u00e3o lhe contara da chegada de uns \u201ccaras de fora\u201d \u00e0 favela para selar armist\u00edcios entre as diversas quadrilhas criminais do GTN.\u00a0<\/span><\/p>\n

Dessa forma, tomei conhecimento da \u201cpaz\u201d nas favelas cearenses e da \u201cchegada\u201d das fac\u00e7\u00f5es alguns meses antes da imprensa local dar \u201cfuros\u201d jornal\u00edsticos, narrando em \u201cprimeira m\u00e3o\u201d o curso destas a\u00e7\u00f5es. O pr\u00f3prio termo \u201cpacifica\u00e7\u00e3o\u201d foi alcunhado pelas ag\u00eancias midi\u00e1ticas, o l\u00e9xico nativo em todo o processo sempre foi \u201cpaz\u201d. Quando se referiam ao momento de armist\u00edcio, os interlocutores do GTN, sejam estes \u201ctrabalhadores\u201d ou \u201cbandidos\u201d, falavam em \u201cfizeram a paz\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Nos meses seguintes \u00e0quela liga\u00e7\u00e3o, come\u00e7amos a acompanhar com aten\u00e7\u00e3o os desdobramentos daqueles \u201cacordos\u201d. Para nossa incredulidade, quadrilhas criminais do Tancredo Neves, do Tasso Jereissati, e da Vila Cazumba, rivais de d\u00e9cadas, n\u00e3o mais se atacavam. Lembro que, nas conversas na pracinha do bairro ou nos botecos das redondezas, comemor\u00e1vamos aquele feito, pois nunca t\u00ednhamos experimentado aquele sentimento.\u00a0<\/span><\/p>\n

Desde a adolesc\u00eancia, crescemos (muitos dos integrantes da Uni\u00e3o dos Grafiteiros\/UG, a gangue de \u201cpixa\u00e7\u00e3o\u201d da qual fa\u00e7o parte) a algumas quadras do GTN, e ir \u00e0 favela sempre fora um costume muito comum, por diversos motivos: para comprar drogas, jogar futebol, brincar de videogame, comer mais barato, jogar sinuca, ir aos bares e casas de show, etc. Ademais, parte consider\u00e1vel dos integrantes da UG mora no GTN. <\/span><\/p>\n

Dessa maneira, nos acostumamos, desde os anos de 1990, a tomar ci\u00eancia de muitas hist\u00f3rias de \u201cguerras\u201d, assassinatos, tiroteios, bem como da pracinha, muitas vezes, pod\u00edamos escutar as saraivadas de fogos que comemoravam a chegada de drogas ao local, mas em outros casos tamb\u00e9m faziam refer\u00eancia ao assassinato de algum \u201cinimigo\u201d de um territ\u00f3rio rival.\u00a0<\/span><\/p><\/blockquote>\n

Na pr\u00f3pria pra\u00e7a do bairro, j\u00e1 experimentamos epis\u00f3dios de tiroteios em que tivemos que nos esconder embaixo de mesas, por detr\u00e1s de arbustos e dos troncos das centen\u00e1rias mangueiras, etc. Assim, muitos amigos e inumer\u00e1veis conhecidos nesses anos todos foram assassinados nesse fluxo c\u00edclico de mortes e vingan\u00e7as. A mais traum\u00e1tica para mim foi a morte do Carlim, vulgo \u201cShade\u201d (era a sua assinatura de \u201cpixador\u201d), que aconteceu na minha frente, em uma sexta-feira \u00e0 noite na pracinha do bairro, em 2002. Ele foi \u201cfurado\u201d com um espeto de churrasquinho por um integrante de uma gangue da Vila Cazumba com quem tinha \u201ctreta\u201d. Eu era apenas um adolescente de 17 anos, e n\u00e3o pude socorrer meu amigo, n\u00e3o sabia o que fazer, fiquei at\u00f4nito com aquela cena, pedia calma a ele, dizia para respirar profundo, e ele me respondia que seu peito \u201ctava doendo muito\u201d. Quando enfim um conhecido se ofereceu para lev\u00e1-lo de carro ao hospital, ele faleceu na metade do percurso.\u00a0<\/span><\/p>\n

De l\u00e1 para c\u00e1, muitos outros amigos, integrantes ou n\u00e3o da UG, entraram nessa estat\u00edstica mortal: Bobim, Prateado, Sodom, Pap\u00e3o, Natan, Xavier, Pistola, Samuel Neg\u00e3o, Manel Esfola Chap\u00e9u… Enfim, aqui <\/span>naz\u00e1rea <\/span><\/i>crescemos na l\u00f3gica da \u201cguerra\u201d, acostumados a enterrar amigos. A \u201cpaz\u201d representava uma forma de vivenciar esse peda\u00e7o da cidade de uma maneira excepcional, nova, totalmente distinta, uma vez que muitos dos nossos amigos e conhecidos n\u00e3o iriam mais morrer, pois a \u00e9poca da \u201cguerra\u201d tinha ficado para tr\u00e1s. A \u201cpaz\u201d mexera em nossos afetos, em nossa socialidade, e em dimens\u00f5es profundas na maneira de experienciar a vida. N\u00e3o tenho d\u00favidas de que esses reflexos iniciais \u2013 que depois se mostraram ef\u00eameros e ilus\u00f3rios \u2013 foram sentidos de modo ainda mais significativo pelas popula\u00e7\u00f5es faveladas.\u00a0<\/span><\/p>\n

O fato \u00e9 que j\u00e1 no in\u00edcio de 2016 o Grande Tancredo Neves passou por um reordenamento da din\u00e2mica e da estrutura no seu com\u00e9rcio de drogas e armas e tamb\u00e9m na sociabilidade entre as categorias \u201ctrabalhadores\u201d e \u201cbandidos\u201d. As falanges criminais oriundas dos pres\u00eddios Primeiro Comando da Capital (PCC), de S\u00e3o Paulo; Comando Vermelho (CV), do Rio de Janeiro; e Fam\u00edlia do Norte (FDN), do Amazonas, inicialmente estabeleceram-se na regi\u00e3o e implementaram um \u201carmist\u00edcio\u201d nas disputas territoriais com vistas a uma maior lucratividade nos neg\u00f3cios clandestinos, configurando assim um incipiente modelo do \u201ccrime organizado\u201d nunca antes experienciado no local. Apenas depois de alguns meses, a GDE conquistaria membros e microterrit\u00f3rios no GTN e tamb\u00e9m se ajustaria \u00e0 nova configura\u00e7\u00e3o.\u00a0<\/span><\/p><\/blockquote>\n

Camale\u00e3o, traficante varejista de drogas no GTN, comenta sobre os primeiros contatos com os \u201ccaras de fora\u201d: \u201cChegaram aqui de fuzil mah, ningu\u00e9m tinha fuzil aqui n\u00e3o. Eles primeiro chegaram nos patr\u00e3o dos bairro [territ\u00f3rios]\u201d. Camale\u00e3o deixa escapar uma estrat\u00e9gia do CV e do PCC, ao se deslocarem dos pres\u00eddios cearenses, e intensificarem suas imers\u00f5es nas comunidades pauperizadas: aliar-se inicialmente com os \u201cpatr\u00f5es\u201d dos territ\u00f3rios. Acredito que as informa\u00e7\u00f5es sobre os l\u00edderes locais (nomes, apelidos, \u00e1rea de dom\u00ednio, poder material e simb\u00f3lico nas rela\u00e7\u00f5es criminais etc.) j\u00e1 tinham sido repassadas de dentro das penitenci\u00e1rias aos \u201ccaras de fora\u201d que estabeleceram as primeiras negocia\u00e7\u00f5es com os agentes das favelas cearenses.\u00a0<\/span><\/p>\n

Rapos\u00e3o explica um pouco sobre essa forma de comunica\u00e7\u00e3o e prospec\u00e7\u00e3o do que ocorre extramuros, mesmo quando se est\u00e1 dentro da estrutura penitenci\u00e1ria: \u201cQuando voc\u00ea entra numa cadeia, no sistema, parece que voc\u00ea entrou num programa de computador, que ali tudo \u00e9 ligado. Tu conhece tudo, sabe onde todo mundo t\u00e1, pode rastrear toda e qualquer pessoa\u201d. Os \u201cacordos\u201d foram costurados tamb\u00e9m devido ao capital simb\u00f3lico e os recursos materiais que os grupos \u201cforasteiros\u201d tinham a oferecer \u00e0s quadrilhas criminais cearenses, ou seja, o <\/span>status<\/span><\/i> em pertencer ao PCC ou ao CV, bem como o fornecimento massivo de drogas e armas potentes, como fuzis e metralhadoras \u2013 que n\u00e3o eram comuns no Cear\u00e1.\u00a0<\/span><\/p>\n

Para selar a alian\u00e7a, \u201cbandidos\u201d de diferentes quadrilhas fizeram uma passeata pelas ruas do GTN, caminhando por territ\u00f3rios do complexo de favelas que antes eram considerados dos \u201cinimigos\u201d. Passeatas, comemora\u00e7\u00f5es em casas de praia e s\u00edtios foram as maneiras de confirmar as uni\u00f5es. Esse processo ocorreu em diversas favelas cearenses. Foca, um dos meus interlocutores, n\u00e3o praticante de atividades delitivas, mas usu\u00e1rio de drogas, disse que certa vez, quando foi buscar maconha no Lagamar, viu chegar um \u201cCorolla novo, daqueles de luz de LED, rocheda\u201d, com dois cariocas que queriam comprar casas na comunidade.\u00a0<\/span><\/p>\n

Prensado conta sua vers\u00e3o da chegada dos \u201ccaras de fora\u201d ao GTN: \u201cOs homi chegaram num tremendo carr\u00e3o de luxo, tudo armado, disseram que tinham que assinar uns papel tudim, e se quebrasse o acordo a fam\u00edlia toda morria. O que n\u00e3o quis assinar foi for\u00e7ado a assinar. Depois, alugaram uma casa de praia num s\u00edtio a\u00ed pra fazer a uni\u00e3o. Depois que chegaram aqui, as mortes pararam. Ei parceiro, todo final de semana tinha morte aqui, todo final de semana morria ao menos um. O chef\u00e3o mandou fazer as paz com o pessoal do Tancredo, do Tasso, do Polo, e da Vila\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Nesse \u00ednterim, com a \u201cpaz\u201d imperando no GTN, a sociabilidade entre \u201ctrabalhadores\u201d e \u201ccriminosos\u201d tamb\u00e9m sofreu transforma\u00e7\u00e3o. Com as novas ordens vinda dos \u201cpatr\u00e3o\u201d, muitas pessoas que moram na comunidade reestabeleceram h\u00e1bitos de colocar as cadeiras na rua, de conversar despretensiosamente nas cal\u00e7adas, de cruzar as fronteiras f\u00edsicas e simb\u00f3licas de uma comunidade para outra. No entanto, como foi um processo ef\u00eamero, vale ressaltar que todas as falas retratadas nos pr\u00f3ximos par\u00e1grafos foram colhidas durante o per\u00edodo de \u201cpaz\u201d, que durou aproximadamente um ano, entre o segundo semestre de 2015 e o final de 2016.\u00a0<\/span><\/p><\/blockquote>\n

\u201cAntes, tinha vez que eu nem ia pra minha m\u00e3e (que mora no Conjunto Tasso Jereissati). As pessoas tinham que comprar as coisas cedo, porque os comerciantes fechavam as portas. A\u00ed, eles l\u00e1 se reuniram e fizeram a paz. Pro jeito que era melhorou 100%\u201d, afirmava L\u00facia, 37 anos, diarista, moradora do Tancredo Neves.\u00a0<\/span><\/p>\n

A agente comunit\u00e1ria de sa\u00fade, Rosa, 31 anos, dizia que \u201cantes desse acordo da paz quase todo dia morria gente, sinceramente. Muitos se mandaram com medo de morrer\u201d. \u201cCada qual veve sua vida. Aqui num tem roubo na rua, nem roubo de casa. N\u00e3o existe esse grande respeito mas tem um pouco, n\u00e9? O povo do Tranquedo fizeram as paz com o povo do Tasso e da Vila, esse neg\u00f3cio de gangue acabou-se\u201d, sublinhou Carmen, 35 anos, dom\u00e9stica, moradora da Vila Cazumba, fazendo sua leitura do mundo.\u00a0<\/span><\/p>\n

Pergunto a dona Nazar\u00e9, 80 anos, se as mortes arrefeceram com a \u201cpaz\u201d: \u201cDiminuiu, depois disso num vi morrer nenhum\u201d. Helena, 48 anos, gar\u00e7onete de um restaurante no GTN, constr\u00f3i sua narrativa: \u201cQuando cheguei aqui era muita viol\u00eancia, muita morte, muita briga, muita bala. Eu vi morrer um menino bem pertim de mim. O cara chegou, pegou pelos cabelo e atirou. Mas t\u00e1 bom agora, o Tasso fez as pazes com o Tranquedo, que fez as pazes com o Coloral\u201d. Dona Albanisa, 48 anos, tamb\u00e9m comenta sobre esse momento: \u201cEra muito violento esse Tranquedo Neves, mas agora melhorou 100%, porque diminuiu mais a viol\u00eancia, porque antigamente as pessoas num podia nem sentar na cal\u00e7ada… [E o que aconteceu para mudar?] Esse neg\u00f3cio de grupo de traficante, fizeram a paz\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Dona S\u00e2mia, 48 anos, igualmente confessa que a socialidade \u201c[melhorou] demais. Eu num podia nem t\u00e1 sentada aqui [na cal\u00e7ada], num podia nem passar\u201d. Dona Celina, 57 anos, se junta ao debate. Pergunto-lhe se ela considera o Tancredo Neves uma regi\u00e3o violenta: \u201cJ\u00e1 foi mais violenta, mas deu uma paradinha. Ela j\u00e1 foi bem violenta mesmo. [Como foi isso?] N\u00e3o sei, o pessoal diz que tem umas fac\u00e7\u00f5es… Eu num entendo muito bem disso, n\u00e9? De que s\u00e3o as pessoas que vivem nos pres\u00eddios quem manda, a\u00ed eu n\u00e3o sei, n\u00e9? Porque eu saio de manh\u00e3 de casa e s\u00f3 chego de noite. Os dois filhos que eu tive, criei dentro do Tancredo Neves, e gra\u00e7as a Deus deu certo! Eu digo que deu uma parada porque gra\u00e7as a Deus nunca aconteceu nada com minha fam\u00edlia, nem com as pessoas que eu conhe\u00e7o. E a gente que vive aqui percebe que deu uma parada, sempre tinha gente morrendo quase todo dia, quase todo dia! Mas gra\u00e7as a Deus melhorou!\u201d\u00a0<\/span><\/p>\n

C\u00f3digo de conduta do \u201ccrime\u201d: “proibido roubar na favela”<\/b><\/p>\n

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Picha\u00e7\u00f5es como essas surgiram em todo o Grande Tancredo Neves na \u00e9poca (Foto: Artur Pires\/ Revista Berro)<\/figcaption><\/figure>\n

Dentro do mesmo processo de imers\u00e3o e controle das periferias cearenses, estes grupos decretaram normas r\u00edgidas de conduta que impedem, entre outras diretrizes, portar armas nas ruas da comunidade e roubar moradores do local: \u201cN\u00e3o pode andar armado, se for pego armado perde a arma e vai embora, as armas t\u00e3o tudo enterrada. E tamb\u00e9m n\u00e3o pode roubar aqui, foi a melhor coisa que fizeram. Se for pra roubar, tem que roubar de quem tem, e n\u00e3o de quem n\u00e3o tem\u201d, relata Camale\u00e3o.\u00a0<\/span><\/p>\n

Dona Nazar\u00e9 relata que \u201ctava morrendo muita gente, meu filho. A\u00ed veio um tal de Comando Vermelho, se por acaso matarem algu\u00e9m aqui, eles botam pra fora de casa e ainda matam. Se roubar aqui, eles quebram m\u00e3o, quebram p\u00e9, quebram tudo\u201d. Assim, picocaram em todas as \u201cquebradas\u201d da cidade picha\u00e7\u00f5es com frases como \u201cproibido roubar na favela\u201d, \u201ctire o capacete, abaixe o vidro\u201d, \u201cse roubar na favela, morre\u201d, entre outras.\u00a0<\/span><\/p>\n

Pergunto a Dona S\u00e2mia quem est\u00e1 ditando estas novas \u201cregras\u201d: Rapaz, eu sei l\u00e1, \u00e9 tanto do comando, que eu n\u00e3o gosto nem de falar. CV, Comando Vermelho, PCC… A paz, num \u00e9 por causa disso? Gra\u00e7as Deus que t\u00e1 essa paz. [Ent\u00e3o a senhora acha que essa paz veio pra melhorar a vida das pessoas aqui?] Veio por um lado e por outro \u00e9 ruim. [Qual \u00e9 o lado ruim?] Assim, veio pros cidad\u00e3o, n\u00e9, porque era cada tiroteio que tinha, morria um cidad\u00e3o inocente, uma mui\u00e9, uma crian\u00e7a… Na esquina mesmo j\u00e1 morreu gente. Muita gente de bala perdida aqui, viu, que tinha nada a ver. Na esquina mesmo j\u00e1 morreu uns cinco a\u00ed. [Mas ent\u00e3o qual o lado ruim dessa paz?] \u00c9 que [em caso de roubo no territ\u00f3rio] os traficante num t\u00e3o alisando n\u00e3o, t\u00e3o dando tiro nas perna, nos bra\u00e7o\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

A preocupa\u00e7\u00e3o de dona S\u00e2mia \u00e9 que, embora a \u201cpaz\u201d tenha, de forma pr\u00e1tica, restabelecido o ir e vir dos \u201ccidad\u00e3o\u201d, como ela se refere \u00e0s pessoas n\u00e3o envolvidas diretamente com as atividades delitivas no GTN; por outro lado, as puni\u00e7\u00f5es extralegais \u00e0queles que infringem as \u201cregras\u201d das fac\u00e7\u00f5es tornou-se mais severa, como, por exemplo, se um \u201cbandido\u201d for pego roubando na sua pr\u00f3pria comunidade, geralmente recebe como ato punitivo tiros nas m\u00e3os. A temeridade de dona S\u00e2mia \u00e9 que seu filho, Bernardo, adicto em crack, possa vir a sofrer uma dessas repres\u00e1lias, por alguma \u201cmancada\u201d no territ\u00f3rio.\u00a0<\/span><\/p>\n

Jos\u00e9 Ant\u00f4nio, 28 anos, que assim como Bernardo \u00e9 n\u00f3ia, confessa que est\u00e1 mais \u201cligado no movimento, [pois] qualquer desandamento a galera mete a peia, mata\u201d. Marleide, 30 anos, tamb\u00e9m adicta na \u201cpedra\u201d, e que trabalha em um prost\u00edbulo no GTN para sustentar o v\u00edcio, relembra um dia em que sofreu as consequ\u00eancias de um \u201cvacilo\u201d. Ela fala sobre um dia em que foi roubar transeuntes na BR-116, que fica defronte \u00e0 favela da Vila Cazumba: \u201cEu agora n\u00e3o tenho o costume de fazer mais [roubar na BR], eu fui na doidice. A\u00ed veio os cara l\u00e1, veio os cara porque \u00e9 errado, num pode mais fazer isso. A\u00ed eu apanhei nesse dia, s\u00f3 levando cabada de vassoura. E deixa eu falar uma coisa… eu n\u00e3o achei ruim o que fizeram comigo. [Por qu\u00ea?] Porque se eu tivesse me dado de bem nisso [no roubo], eu ia se aviciar e ia de novo. E eu agrade\u00e7o a eles tudim por ter me dado uma pisa, porque s\u00f3 assim eu aprendi\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Papagaio me conta de um epis\u00f3dio em que ele e outros de sua quadrilha foram executar um indiv\u00edduo que foi \u201csentenciado\u201d porque estava roubando no territ\u00f3rio: \u201cOutro dia n\u00f3s fomo matar um noia ali, a\u00ed eu comecei a atirar e ela [a arma] num voltou pra tr\u00e1s, n\u00e3o? Que eu num sei atirar direito. A\u00ed n\u00f3s sa\u00edmo porque a popula\u00e7\u00e3o come\u00e7ou a chegar, entoquemo as arma e viemo pro campo e ficamo jogando bola. [Isso foi na \u00e9poca da guerra?] N\u00e3o, foi na paz, mah. Ele foi sentenciado\u201d.\u00a0<\/span><\/p><\/blockquote>\n

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Na picha\u00e7\u00e3o em azul, pode-se notar inclusive um “por favor” em meio \u00e0s ordens para tirar o capacete e abaixar os vidros dos carros (Foto: Artur Pires)<\/figcaption><\/figure>\n

Samurai destaca sua vers\u00e3o, mas sublinha um pretenso humanitarismo de sua quadrilha. Pergunto-lhe o que ocorre se algu\u00e9m for capturado roubando no territ\u00f3rio: \u201cRapaz, se roubar a galera mete a peia, n\u00e9. Aqui dentro das \u00e1rea mete a peia, porque a galera tem mais cora\u00e7\u00e3o. Tem outras \u00e1rea que \u00e9… pum… tiro. Cara, a galera bota s\u00f3 isso a\u00ed, roubo, n\u00e9, num pode mexer com o cidad\u00e3o, n\u00e9. [E andar armado?] Andar armado assim… Porque os cara s\u00e3o boboca… usa comprimido… esses comprimido a\u00ed\u2026\u201d – ele se refere aos psicotr\u00f3picos Rivotril (\u201crocha\u201d) e Artane (\u201caranha\u201d), consumidos muitas vezes pelos mais jovens em pleno \u201cservi\u00e7o\u201d nas \u201cbocas\u201d, e que, por atuarem no sistema nervoso central, diminuem reflexos e \u00e0s vezes, principalmente no caso da \u201caranha\u201d, podem ocasionar perda de sentido espa\u00e7o-temporal. Nesse sentido, \u00e9 como se a \u201cregra\u201d de andar armado fosse amb\u00edgua, proibida aos \u201cpivetes\u201d que tomam \u201cesses comprimidos a\u00ed\u201d, mas permitida aos \u201cbandidos homens\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Rapos\u00e3o \u00e9 bem mais enf\u00e1tico: \u201c\u00c1rea pacificada n\u00e3o pode ter roubo besta pra prejudicar a popula\u00e7\u00e3o, a gente quer proteger a popula\u00e7\u00e3o. A\u00ed os cara fica roubando bolsa, isso, aquilo. \u00c0s vezes voc\u00ea t\u00e1 roubando uma prima de algu\u00e9m, a m\u00e3ezinha de algu\u00e9m que talvez nem pagou todas as presta\u00e7\u00f5es daquele aparelho. Ent\u00e3o a gente elimina esse a\u00ed, isso a\u00ed pra gente \u00e9 uma alma sebosa, como a gente chama. Tem que ser cobrado \u00e0 altura, tem que morrer, de prefer\u00eancia sem ser de faca ou bala, bem divagazim\u2026\u201d\u00a0<\/span><\/p><\/blockquote>\n

Portanto, em quase todo o ano de 2016, ap\u00f3s os acordos de \u201cpaz\u201d entre as fac\u00e7\u00f5es no Cear\u00e1, houve uma redu\u00e7\u00e3o exponencial no n\u00famero de mortes violentas. Mesmo com todas as informa\u00e7\u00f5es veiculadas na m\u00eddia e com um servi\u00e7o de intelig\u00eancia que certamente tinha conhecimento da nova configura\u00e7\u00e3o das rela\u00e7\u00f5es criminais, o Governo do Estado tergiversava sobre as pactua\u00e7\u00f5es que ent\u00e3o ocorriam nas periferias cearenses desde o final de 2015 e, dissimuladamente, cantava loas ao \u201cCear\u00e1 Pac\u00edfico\u201d, a vitrine-mor de sua pol\u00edtica de seguran\u00e7a p\u00fablica, sublinhando que seu programa de \u201ccombate ao crime\u201d era o grande respons\u00e1vel pela minora\u00e7\u00e3o nos \u00edndices de homic\u00eddio no Estado.\u00a0<\/span><\/p>\n

No entanto, o trabalho de campo apontava para o que \u201ctodo mundo\u201d j\u00e1 sabia: nas entrevistas com os interlocutores, eles deixaram claro que a matan\u00e7a indiscriminada praticamente cessou a partir de ordens hier\u00e1rquicas dos \u201cpatr\u00f5es do crime\u201d. Antes da reorganiza\u00e7\u00e3o pactual entre as falanges, diz Camale\u00e3o, \u201cmorreu muita gente inocente. Mas agora, o que o governo n\u00e3o conseguiu fazer em tantos anos, os malandros vieram e fizeram em um ano. T\u00e1 vendo? Como num precisa de pol\u00edcia nem de governo\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Nesse sentido, era profundamente desconcertante para o Estado admitir abertamente que o arrefecimento nos \u00edndices de crimes letais fora capitaneado por acordos entre fac\u00e7\u00f5es criminosas, porque, ao reconhecer tal fa\u00e7anha, ele demonstraria sua incompet\u00eancia e fragilidade para lidar com as rela\u00e7\u00f5es criminais. Mesmo com todas as contradi\u00e7\u00f5es inerentes, a fala de Camale\u00e3o, quando diz que \u201cos malandros\u201d conseguiram em um ano estabelecer uma situa\u00e7\u00e3o de \u201carmist\u00edcio\u201d h\u00e1 muito tentada e n\u00e3o exitosa pelo poder p\u00fablico, exp\u00f5e uma leitura sociol\u00f3gica das pessoas comuns, como diz Bourdieu, e ademais revela o desmanche simb\u00f3lico que atinge a imagem estatal, cada vez mais desacreditada como estrutura mediadora das rela\u00e7\u00f5es sociais e provedora de seguran\u00e7a.\u00a0<\/span><\/p>\n

No entanto, a \u201cpaz\u201d n\u00e3o permaneceria por muito tempo. Como j\u00e1 dito, aproximadamente um ano ap\u00f3s as pactua\u00e7\u00f5es de armist\u00edcio, os \u201cacordos\u201d foram quebrados, ainda no final de 2016. Lembro que muitos dos meus interlocutores que n\u00e3o praticavam atividades criminais j\u00e1 se mostravam ressabiados com a nova configura\u00e7\u00e3o \u201cpacificada\u201d. Havia sido tantos anos sob \u201cguerra\u201d cotidiana que aquela situa\u00e7\u00e3o n\u00e3o parecia ser real e dur\u00e1vel no tempo-espa\u00e7o. Por mais que considerassem que as circunst\u00e2ncias na \u201cpaz\u201d eram bem melhores, flutuava no ar uma desconfian\u00e7a quanto aos ajustes entre as fac\u00e7\u00f5es.\u00a0<\/span><\/p>\n

Helena, uma gar\u00e7onete de um restaurante com quem conversei, me disse, no auge da pacifica\u00e7\u00e3o: \u201cT\u00e3o em paz, mas a qualquer momento pode voltar [as mortes], n\u00e9?\u201d. Outro interlocutor, C\u00e9sar, agente comunit\u00e1rio de sa\u00fade em um dos territ\u00f3rios do GTN, me contava que \u201cdesde o tempo que fizeram esse acordo a\u00ed ficou mais tranquilo, mas assim… voc\u00ea num deve confiar porque envolve droga\u201d.\u00a0<\/span><\/p>\n

Russo, 34 anos, um interlocutor que n\u00e3o havia se filiado a nenhuma fac\u00e7\u00e3o, e trabalhava com pequenos roubos a transeuntes, tamb\u00e9m dizia que com a \u201cpaz\u201d estava melhor, mas j\u00e1 prenunciava: \u201cSe acabar essa paz vai ser destrui\u00e7\u00e3o. Deus me livre quebrar essa paz\u201d. Seus vatic\u00ednios estavam certos. A \u201cpaz\u201d acabou. Fugaz como uma paisagem on\u00edrica que n\u00e3o conseguimos captar. De volta \u00e0 realidade sangrenta. Quando os \u00edndices de homic\u00eddios recrudesceram de forma avassaladora, em 2017, curiosamente o governo cearense enfim reconheceu a presen\u00e7a nas fac\u00e7\u00f5es no Estado e atribuiu exclusivamente a \u201cdisputas pelo tr\u00e1fico\u201d o crescimento dos \u00edndices de letalidade.<\/span><\/p>\n

\/\/\/<\/p>\n

A s\u00e9rie\u00a0Antropologia do crime no Cear\u00e1<\/span><\/strong><\/a>\u00a0\u00e9 publicada semanalmente no #siteberro. Clique nos links abaixo para acessar os textos anteriores.\u00a0<\/em><\/p>\n

artur@revistaberro.com \/ revistaberro@revistaberro.com<\/p>\n

i.\u00a0A dimens\u00e3o \u00e9tica na pesquisa de campo<\/a><\/em><\/p>\n

ii.\u00a0Pesquisando o \u201cmundo do crime\u201d e inserindo-se no \u201ccampo\u201d<\/a><\/em><\/p>\n

iii.<\/em>\u00a0Grande Tancredo Neves: forma\u00e7\u00e3o dos territ\u00f3rios<\/em><\/a><\/p>\n

iv.<\/em>\u00a0As rela\u00e7\u00f5es sociais das camadas populares<\/em><\/a><\/p>\n

v.\u00a0A feira como arte da oralidade popular<\/a><\/em><\/p>\n

vi.<\/em>\u00a0O favel\u00eas cearense<\/em><\/a><\/p>\n

vii.<\/em>\u00a0Estabelecidos e outsiders: a favela dentro da favela<\/em><\/a><\/p>\n

viii<\/em>.\u00a0\u201cTrabalhadores\u201d e \u201cbandidos\u201d: entre separa\u00e7\u00f5es e aproxima\u00e7\u00f5es<\/a><\/em><\/p>\n

ix.\u00a0Sistema de rela\u00e7\u00f5es sociais do crime: uma rede de a\u00e7\u00f5es criminais hier\u00e1rquicas<\/a><\/em><\/p>\n

x.\u00a0\u201cO dinheiro fala mais alto, [com ele] se torna mais f\u00e1cil de fazer justi\u00e7a\u201d: A viol\u00eancia do aparelho judici\u00e1rio<\/a><\/em><\/p>\n

xi.<\/em>\u00a0\u201cN\u00e3o confio na pol\u00edcia\u201d: A rela\u00e7\u00e3o de descren\u00e7a entre a classe trabalhadora e os policiais<\/em><\/a><\/p>\n

xii.\u00a0A economia da corrup\u00e7\u00e3o que move a rela\u00e7\u00e3o entre pol\u00edcia e \u201cbandidos\u201d<\/a><\/em><\/p>\n

xiii.\u00a0\u201cO crime nunca vai acabar por causa da pol\u00edcia\u201d: a participa\u00e7\u00e3o policial decisiva nas rela\u00e7\u00f5es criminais<\/a><\/em><\/p>\n

xiv.\u00a0Tecnopol\u00edtica da puni\u00e7\u00e3o: A fun\u00e7\u00e3o econ\u00f4mica do encarceramento<\/a><\/em><\/p>\n

xv.\u00a0Estado punitivo-penal e a produ\u00e7\u00e3o social da delinqu\u00eancia<\/a><\/em><\/p>\n

xvi<\/em>.\u00a0\u201cCadeia \u00e9 uma m\u00e1quina de fazer bandido\u201d<\/a><\/em><\/p>\n

xvii.\u00a0A \u201cescolha\u201d \u00e9 uma escolha? Compreendendo o ingresso nas rela\u00e7\u00f5es criminais<\/em><\/a><\/p>\n

xviii.\u00a0Consumo, dinheiro e sexo: a tr\u00edade hedonista da carreira criminal<\/a><\/em><\/p>\n

xix.\u00a0Traumas, complexos e a luta por reconhecimento (parte I)<\/a><\/em><\/p>\n

xx.\u00a0Traumas, complexos e a luta por reconhecimento (parte II)<\/a><\/em><\/p>\n

xxi.\u00a0\u201cFura at\u00e9 o colete dos homi\u201d: As armas como s\u00edmbolo dominante<\/em><\/a><\/p>\n

xxii.\u00a0Os c\u00f3digos morais da criminalidade favelada (parte I)<\/em><\/a><\/p>\n

xxiii.\u00a0Os c\u00f3digos morais da criminalidade favelada (parte II)<\/em>\u00a0<\/a><\/p>\n

xxiv.\u00a0\u201cM\u00e3ezinha\u201d: uma categoria local que p\u00f5e em suspens\u00e3o o ethos violento<\/em><\/a><\/p>\n

xxv.\u00a0\u201cPirangueiro\u201d, \u201ccabueta\u201d, \u201cboca de prata\u201d, \u201ccorre de ganso\u201d, \u201catrasa lado\u201d: compreendendo algumas categorias negativadas da moralidade criminal\u00a0<\/em><\/a><\/p>\n

xxvi.\u00a0\u201cO crack veio pra acabar com tudo\u201d: o noia como um \u201cz\u00e9 ningu\u00e9m\u201d<\/em><\/a><\/p>\n

xxvii.\u00a0\u201cVoc\u00ea conquista o respeito, voc\u00ea num imp\u00f5e\u201d: A lideran\u00e7a nas rela\u00e7\u00f5es criminais\u00a0<\/a><\/em><\/p>\n

xxviii.\u00a0As \u201cbrigas de trono\u201d: as disputas pelo comando territorial<\/em><\/a><\/p>\n

xxix.\u00a0Socialidade juvenil perif\u00e9rica em Fortaleza dos anos 1990\/2000: Dos bailes funks \u00e0s quadrilhas do tr\u00e1fico<\/em><\/a><\/p>\n

xxx.\u00a0Cr\u00f4nica de uma guerra entre quadrilhas de \u201ctraficantes\u201d<\/em><\/a><\/p>\n

xxxi.\u00a0O costume guerreiro da criminalidade pobre<\/a><\/em><\/p>\n

xxxii.\u00a0Traficante \u00e9 aquele que nem pega na droga<\/em><\/a><\/p>\n

xxxiii.\u00a0O assaltante como um n\u00f4made das pr\u00e1ticas criminais<\/em><\/a><\/p>\n

xxxiv.\u00a0\u201cO cara num nasceu pra viver no crime o resto da vida n\u00e3o\u201d<\/em><\/a><\/p>\n

xxxv.\u00a0Uma tentativa de di\u00e1logo entre a \u201cvida nua\u201d e a crueldade<\/em><\/a><\/p>\n

xxxvi.\u00a0A efic\u00e1cia simb\u00f3lica das fac\u00e7\u00f5es<\/em><\/a><\/p>\n

xxxvii.\u00a0O contexto s\u00f3cio-hist\u00f3rico e operacional das fac\u00e7\u00f5es no Cear\u00e1<\/em><\/a><\/p>\n

xxxviii. Guardi\u00f5es do Estado: uma fac\u00e7\u00e3o cearense com pretens\u00f5es nacionais<\/em><\/a><\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

  N\u00e3o recordo exatamente o m\u00eas, mas foi no in\u00edcio do segundo semestre de 2015, que um amigo do bairro me ligou para me contar sobre a \u201cgrande novidade das \u00e1reas dos \u00faltimos tempos\u201d. 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