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{"id":1314,"date":"2014-10-03T09:01:29","date_gmt":"2014-10-03T12:01:29","guid":{"rendered":"http:\/\/revistaberro.com\/?p=1314"},"modified":"2015-06-09T17:11:46","modified_gmt":"2015-06-09T20:11:46","slug":"ensaio-sobre-a-liberdade-ou-por-que-nao-votar","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/revistaberro.com\/colunas\/impressoesmundanas\/ensaio-sobre-a-liberdade-ou-por-que-nao-votar\/","title":{"rendered":"Ensaio sobre a pol\u00edtica (ou por que n\u00e3o votar)"},"content":{"rendered":"

(Charge: Latuff)<\/em><\/p>\n

\u201cViver \u00e9 t\u00e3o gostoso, t\u00e3o pouco, t\u00e3o curto, t\u00e3o in\u00e9dito. Temos tantas potencialidades ocultas que o certo seria assumirmos tudo o que se manifesta em n\u00f3s como vida e nos autogerirmos, nos autodeterminarmos, nos autorregularmos, porque somos apenas usu\u00e1rios circunstanciais dessa energia infinita. N\u00f3s acabamos, ela n\u00e3o.\u201d <\/em>(Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>)<\/p>\n

No pr\u00f3ximo domingo, a elei\u00e7\u00e3o brasileira chega \u00e0 sua \u00faltima parada. Depois de meses de intensas campanhas, disputas sect\u00e1rias e mais de 70\u00a0bilh\u00f5es de\u00a0reais gastos<\/a> (daria para seis anos de pagamento do Bolsa Fam\u00edlia ou ainda a mais de 1 milh\u00e3o de moradias pelo programa “Minha Casa Minha Vida”), o eleitor ir\u00e1 \u00e0s zonas eleitorais confirmar seu voto! Ali\u00e1s, o que se confirma na urna?<\/p>\n

De in\u00edcio, se confirma um sistema pol\u00edtico que se apropria de nossos corpos, mentes e sonhos. Se confirma o mecanismo de controle social e contra-revolucion\u00e1rio mais eficaz que a humanidade j\u00e1 inventou; e que, sob o v\u00e9u da “democracia”, esconde sua face autorit\u00e1ria e controladora. Se confirma o apego \u00e0s velhas t\u00e9cnicas de representa\u00e7\u00e3o pol\u00edtico-social, como se as formas de pr\u00e1xis e a\u00e7\u00e3o hist\u00f3ricas fossem imut\u00e1veis. Se confirma a nega\u00e7\u00e3o da autogest\u00e3o e da autorregula\u00e7\u00e3o humanas. Se confirma o sistema totalit\u00e1rio moderno, que n\u00e3o d\u00e1 margem \u00e0 vida sen\u00e3o ao movimento inanimado do capital. A ilus\u00e3o de que o voto, no atual sistema pol\u00edtico burgu\u00eas, muda alguma coisa \u00e9 a mais bem engendrada mitifica\u00e7\u00e3o da mentira em toda a Hist\u00f3ria.<\/p>\n

Quem joga o jogo do sistema pol\u00edtico, sabe onde est\u00e1 se metendo. Aqueles que t\u00eam chances reais de assumir o poder, h\u00e1 muito j\u00e1 transigiram a qualquer tend\u00eancia revolucion\u00e1ria. Corroboro com Bourdieu (O Poder Simb\u00f3lico<\/em>) quando ele diz que todos os partidos que chegam ao poder s\u00e3o antes cooptados por ele. Sem exce\u00e7\u00e3o. Sempre acabam presos \u00e0s articula\u00e7\u00f5es pol\u00edticas do Estado. Os que se mant\u00eam ideologicamente puros ainda n\u00e3o alcan\u00e7aram o poder, mas ao se lan\u00e7arem, nas elei\u00e7\u00f5es, \u00e1vidos por cargos legislativos e executivos contribuem decisivamente para que o sistema se afirme\u00a0como democr\u00e1tico e, assim, consiga encobrir seu totalitarismo. Longe de serem farinhas do mesmo saco, s\u00e3o farinhas de sacos diferentes com a mesma fun\u00e7\u00e3o: legitimar o sistema burgu\u00eas, ainda que o critiquem (no caso dos partidos \u00e0 esquerda, leninistas). \u00a0\u201cNo fundo, \u00e9 um paradoxo incr\u00edvel, as pr\u00f3prias esquerdas, em sua grande parte, trouxeram para dentro das organiza\u00e7\u00f5es de representa\u00e7\u00e3o popular a forma burguesa baseada no autoritarismo, centralismo e delega\u00e7\u00e3o de autoridade\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>).<\/p>\n

Esse pluralismo de escolha entre partidos (esquerda x direita) \u00e9 ilus\u00f3rio e amplia as condi\u00e7\u00f5es objetivas para o controle total dos corpos e dos povos. \u201cSob as oposi\u00e7\u00f5es espetaculares esconde-se a unidade da mis\u00e9ria<\/em><\/strong>. <\/em>A contradi\u00e7\u00e3o oficial se apresenta como a luta de poderes que se constitu\u00edram para a gest\u00e3o do mesmo sistema socioecon\u00f4mico e que, na verdade, s\u00e3o partes da unidade real<\/strong>; isso, tanto em escala mundial quanto dentro de cada na\u00e7\u00e3o\u201d<\/em> (Guy Debord, A Sociedade do Espet\u00e1culo<\/em>). N\u00e3o h\u00e1 leis que abarquem o totalitarismo do sistema pol\u00edtico do capital. De acordo com Debord, \u201co que o p\u00fablico pensa, ou prefere, j\u00e1 n\u00e3o tem import\u00e2ncia. \u00c9 isso que fica escondido pelo espet\u00e1culo de tantas sondagens de opini\u00e3o, de elei\u00e7\u00f5es, de reestrutura\u00e7\u00f5es modernizantes\u201d.<\/p>\n

\"magnata\"<\/a>
(Ilustra\u00e7\u00e3o: Luis Quilles)<\/em><\/figcaption><\/figure>\n

A oposi\u00e7\u00e3o a esse sistema \u00e9 reduzida \u00e0 mera discuss\u00e3o e encaminhamento de diretrizes alternativas dentro dele, do status quo<\/em>. \u201cN\u00e3o apenas uma forma espec\u00edfica de governo ou dire\u00e7\u00e3o partid\u00e1ria constitui totalitarismo, mas tamb\u00e9m um sistema espec\u00edfico de produ\u00e7\u00e3o e distribui\u00e7\u00e3o que bem pode ser compat\u00edvel com o \u2018pluralismo\u2019 de partidos, jornais, \u2018poderes contrabalan\u00e7ados\u2019, etc.\u201d (Herbert Marcuse, A Ideologia da Sociedade Industrial \u2013 O Homem Unidimensional<\/em>). Nesse sentido, Eduardo Galeano tem um aforismo certeiro: \u201cA liberdade de elei\u00e7\u00f5es permite que voc\u00ea escolha o molho com o qual ser\u00e1 devorado\u201d.<\/p>\n

O fato \u00e9 que nos \u00faltimos vinte anos, no Brasil, os partidos social-democratas (PSDB e PT) imergiram o pa\u00eds de vez na sociedade do consumo. \u201cEi, pera\u00ed, mas o PT al\u00e7ou milh\u00f5es de brasileiros \u00e0 classe m\u00e9dia? E as reformas e interioriza\u00e7\u00e3o das universidades? E as demais conquistas sociais?\u201d Ora, o capitalismo \u00e9 muito sagaz: n\u00e3o d\u00e1 murro em ponta de faca. Tais mudan\u00e7as, obedecendo \u00e0 marcha hist\u00f3rica do sistema de produ\u00e7\u00e3o capitalista, ocorreriam em qualquer governo social-democrata, n\u00e3o apenas no petista. Digo, sem medo, que o PMDB, legenda-mor do\u00a0fisiologismo, faria governo muito similar. Ali\u00e1s, este partido \u00e9 o vice do governo petista. Pois \u00e9!<\/p>\n

O Estado do Bem-Estar Social, “o pa\u00eds\u00a0de classe m\u00e9dia”, “o mercado de consumo de massa”, que Lula e Dilma tanto cantam loas, \u00e9 uma necessidade vital da atual fase da sociedade capitalista, que se espraia agora para na\u00e7\u00f5es antes perif\u00e9ricas do sistema.\u00a0 \u00c9 importante ter cada vez mais consumidores em potencial, uma vez que h\u00e1 uma maior abund\u00e2ncia de produtos e servi\u00e7os que viraram mercadorias. \u201cO Estado do Bem-Estar Social \u00e9, com toda a sua racionalidade, um Estado de aus\u00eancia de liberdade porque a sua administra\u00e7\u00e3o total \u00e9 restri\u00e7\u00e3o sistem\u00e1tica do tempo livre e da intelig\u00eancia (consciente e inconsciente) capaz de compreender e aperceber-se das possibilidades de autodetermina\u00e7\u00e3o\u201d (Herbert Marcuse, A Ideologia da Sociedade Industrial \u2013 O Homem Unidimensional<\/em>). Para o capital, quanto mais pessoas imersas na sociedade do consumo, t\u00e3o mais disfar\u00e7adas se dar\u00e3o as suas condi\u00e7\u00f5es de totalitarismo. \u201cA ditadura perfeita ter\u00e1 apar\u00eancia de democracia: uma pris\u00e3o sem muros na qual os prisioneiros n\u00e3o sonhar\u00e3o sequer com a fuga. Um sistema de escravid\u00e3o onde, gra\u00e7as ao consumo e ao divertimento, os escravos ter\u00e3o amor \u00e0 escravid\u00e3o do trabalho\u201d (Aldous Huxley, Admir\u00e1vel Mundo Novo<\/em>).<\/p>\n

\u201cAh, mas voc\u00ea fala isso porque nunca passou fome!\u201d Confunde-se o tempo todo liberdade com as migalhas que o poder constitu\u00eddo oferece ao povo. E a\u00ed acha-se que n\u00e3o se pode combater a fome, a mis\u00e9ria, a pobreza, as injusti\u00e7as de outras formas sen\u00e3o legitimando o sistema pol\u00edtico. Como se o sistema pol\u00edtico tivesse o monop\u00f3lio e a por\u00e7\u00e3o m\u00e1gica da transforma\u00e7\u00e3o social! Fomos condicionados, programados mental e corporalmente, a acreditar nessa falsa escolha. Repito: a ilus\u00e3o de que o voto, no atual sistema pol\u00edtico burgu\u00eas, muda alguma coisa \u00e9 a mais bem engendrada mitifica\u00e7\u00e3o da farsa, do embuste\u00a0em toda a Hist\u00f3ria. \u201cA verdade deixou de existir quase em toda parte, ou ficou reduzida a uma hip\u00f3tese que nunca poder\u00e1 ser demonstrada. A mentira sem contesta\u00e7\u00e3o consumou o desaparecimento da opini\u00e3o p\u00fablica\u201d (Guy Debord, A Sociedade do Espet\u00e1culo<\/em>). Esquece-se que a humanidade \u00e9 criativa demais para se engessar a uma f\u00f3rmula imut\u00e1vel de representa\u00e7\u00e3o social por meio do Estado, dos partidos e dos pol\u00edticos \u201cprofissionais\u201d \u2013 que, independente se de direita ou de esquerda, no atual sistema pol\u00edtico-eleitoral, ao participarem do jogo, s\u00f3 legitimam a sociedade do controle e da domina\u00e7\u00e3o do capital. \u201cJ\u00e1 \u00e9 tempo de jogar na lata do lixo da Hist\u00f3ria as velhas teses do centralismo democr\u00e1tico, sempre, na pr\u00e1tica, muito mais centralistas do que democr\u00e1ticas\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>).<\/p>\n

A humanidade \u00e9, sim!, capaz de criar novas maneiras de sociabilidade, de participa\u00e7\u00e3o pol\u00edtica,\u00a0 de conv\u00edvio, intera\u00e7\u00e3o, press\u00e3o e mobiliza\u00e7\u00e3o sociais. Por que esse apego t\u00e3o arraigado \u00e0s velhas ortodoxias te\u00f3ricas? Por que esse apego \u00e0 submiss\u00e3o representativa? Por que n\u00e3o caminhamos hoje, agora, para a autorregula\u00e7\u00e3o e autogest\u00e3o dos nossos corpos e vidas? \u201c\u00c9 uma quest\u00e3o de estrat\u00e9gia de vida: ou eu me autorregulo por inteiro e serei livre, ou sou regulado por algu\u00e9m e dele serei escravo. Ningu\u00e9m se faz livre sem desobedecer socialmente. Existem movimentos que pregam a desobedi\u00eancia civil; acreditamos que o protesto pol\u00edtico deve ser mais amplo, pregando a desobedi\u00eancia social\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>).<\/p>\n

N\u00e3o h\u00e1 sa\u00eddas prontas, est\u00e1ticas, imut\u00e1veis. N\u00e3o h\u00e1 uma resposta m\u00e1gica para a liberta\u00e7\u00e3o da humanidade das amarras invis\u00edveis que a prendem. A luta pela liberdade humana \u00e9 um jogo din\u00e2mico, l\u00fadico, mas para come\u00e7ar a ocorrer t\u00eam que ser destru\u00eddas as bases que sustentam o poder autorit\u00e1rio: o Estado e tudo o que nele encontra morada, ou seja, suas institui\u00e7\u00f5es \u2013 diretas ou indiretas – de controle, disciplina e repress\u00e3o (m\u00eddia, escolas, igrejas, penitenci\u00e1rias, pol\u00edcia e inst\u00e2ncias pol\u00edticas), al\u00e9m da fam\u00edlia nuclear burguesa. \u201cA esquerda (e a direita tamb\u00e9m) mistificam o Estado, como se ele fosse dotado de poderes m\u00e1gicos, ou de uma racionalidade m\u00e1gica, capaz de administrar as mudan\u00e7as sociais em qualquer contexto. A experi\u00eancia socialista foi suficiente para mostrar a natureza autorit\u00e1ria, em si, do Estado, independente do novo modo de produ\u00e7\u00e3o no qual ele se inseria\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>). Concordo com Rousseau (A Origem da Desigualdade<\/em>) quando ele diz, noutras palavras, que a viol\u00eancia social nasce com a cria\u00e7\u00e3o do direito de propriedade e, desde ent\u00e3o, \u00e9 consentida pelo Estado e suas leis.<\/p>\n

A grande sacada \u00e9 que n\u00e3o devemos lutar pelo poder autorit\u00e1rio, mas assumir com prazer a luta pela sua destrui\u00e7\u00e3o. \u201cAh, mas o poder sempre vai existir na sociedade, n\u00e3o tem como extingui-lo das rela\u00e7\u00f5es sociais\u201d. Certamente! As rela\u00e7\u00f5es de poder sempre ocorrer\u00e3o, s\u00e3o parte da nossa condi\u00e7\u00e3o de exist\u00eancia. Mas o poder autorit\u00e1rio n\u00e3o \u00e9 inerente ao ser humano, ou seja, o poder de domina\u00e7\u00e3o (ou t\u00e3o-somente a tentativa de exerc\u00ea-lo) sobre o outro, seja numa rela\u00e7\u00e3o pessoal (amistosa), familiar, profissional ou social n\u00e3o \u00e9 natural \u00e0 condi\u00e7\u00e3o humana. Pelo contr\u00e1rio, a natureza do homem, como bicho que \u00e9, \u00e9 por uma vida associativa, greg\u00e1ria, coletiva. Em qualquer processo natural, social e humano, as lideran\u00e7as s\u00e3o necess\u00e1rias e importantes, mas devem ser, ao mesmo tempo, antiautorit\u00e1rias, espont\u00e2neas e descart\u00e1veis, surgidas para resolver situa\u00e7\u00f5es circunstanciais e\u00a0 depois serem naturalmente descartadas.<\/p>\n

\"Conspira\u00e7\u00e3o<\/a>
(Ilustra\u00e7\u00e3o: Ricardo Coimbra)<\/em><\/figcaption><\/figure>\n

\u00c9 preciso, portanto, para agora, superar de uma vez por todas as concep\u00e7\u00f5es autorit\u00e1rias leninistas e reformular os conceitos de partido e de transforma\u00e7\u00e3o revolucion\u00e1ria. O partido que de fato pretende a revolu\u00e7\u00e3o n\u00e3o deve buscar o poder, mas se juntar aos movimentos sociais, coletivos, cooperativas, comunas como mais um meio na luta pela suplanta\u00e7\u00e3o do capitalismo (e n\u00e3o coopt\u00e1-los, como ocorre com frequ\u00eancia). Deve, tamb\u00e9m, abandonar o jogo pol\u00edtico tradicional e, sobretudo, desconstruir essa vis\u00e3o messi\u00e2nica e paternalista de que uma c\u00fapula conduzir\u00e1 as pessoas rumo \u00e0 \u201csalva\u00e7\u00e3o socialista\u201d. \u00c9 uma concep\u00e7\u00e3o pastoral da pol\u00edtica, onde o partido \u00e9 o bom pastor e a massa s\u00e3o as ovelhas. Essa mesma concep\u00e7\u00e3o, de fundo religioso, \u00e9 que faz com que os partidos de esquerda privem-se, hoje, do exerc\u00edcio pleno da liberdade, legitimando o sistema pol\u00edtico pedindo votos. Pensam assim: \u201csacrif\u00edcio hoje, para\u00edso amanh\u00e3!” Enfim, o partido de fato “revolucion\u00e1rio” deveria virar uma outra coisa, bem diferente do que simboliza\u00a0hoje, quando n\u00e3o passa de um falso modelo de revolu\u00e7\u00e3o. Essa constru\u00e7\u00e3o hist\u00f3rica de utopia distante, l\u00e1 no horizonte, inalcan\u00e7\u00e1vel, \u00e9 autorit\u00e1ria e despotencializadora. Devemos viver nossas utopias hoje, agora, no cotidiano. N\u00e3o podemos mais esperar. A hora de viver nossos sonhos \u00e9 a do presente, n\u00e3o do passado e muito menos do futuro.<\/p>\n

Importante se faz desacreditar e negar a busca pelo poder autorit\u00e1rio na sociedade, representado em uma de suas muitas facetas pela elei\u00e7\u00e3o no sistema pol\u00edtico burgu\u00eas! N\u00e3o poderemos nunca transformar a sociedade a partir de pr\u00e1ticas, estrat\u00e9gias, valores e ferramentas de controle da sociedade burguesa. A delega\u00e7\u00e3o do poder a representantes pol\u00edticos, via voto, \u00e9 um dos maiores impedimentos das potencialidades libert\u00e1rias da humanidade. Porque, ao delegarmos poder a algu\u00e9m por procura\u00e7\u00e3o eleitoral, acontece que, ao inv\u00e9s de exercer o poder por<\/em> n\u00f3s, esse representante exercer\u00e1 o poder sobre <\/em>n\u00f3s. \u201cH\u00e1, num n\u00edvel mais profundo, uma vis\u00e3o equivocada do pr\u00f3prio homem, como se, diante de uma planta, diante da vida, n\u00f3s n\u00e3o confi\u00e1ssemos no potencial da semente e ach\u00e1ssemos que a natureza tem defeitos inerentes a ela e que se n\u00e3o \u2018cuidarmos\u2019, a vida se desorganiza, se destr\u00f3i\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>). Abdicamos, assim, da nossa liberdade e da nossa autonomia, nos negamos a nos autogerirmos, ao contr\u00e1rio do que\u00a0fazem as sementes, as plantas, e\u00a0outras sociedades animais, que, naturalmente, se auto-organizam. Estamos dizendo, em outras palavras, ao delegar o poder por meio do voto, que preferimos que nos regulem, que nos controlem a nos autorregularmos. Estamos abrindo m\u00e3o de n\u00f3s mesmos!<\/p>\n

A pol\u00edtic\"Conspira\u00e7\u00e3oa n\u00e3o se faz t\u00e3o-somente nos partidos, ou nas inst\u00e2ncias pol\u00edticas tradicionais, ou especificamente nas elei\u00e7\u00f5es, quando votamos. Fazemos pol\u00edtica o tempo todo, com nossa fam\u00edlia, com nossos(as) amigos(as) e companheiros(as), no trabalho, na escola, na faculdade, na mesa de bar, nas horas de lazer, enfim, a pol\u00edtica permeia nossa exist\u00eancia, ela \u00e9 inerente \u00e0 condi\u00e7\u00e3o humana. A tentativa de \u201cdespolitiza\u00e7\u00e3o\u201d do ser, ou seja, de dissocia\u00e7\u00e3o do ser humano da atividade pol\u00edtica, que as ortodoxias te\u00f3ricas e o sistema pol\u00edtico tradicional fazem crer, tem como fun\u00e7\u00f5es primordiais manter a capa de domina\u00e7\u00e3o a que estamos submetidos e atomizar os indiv\u00edduos, programando-os para as armadilhas do jogo pol\u00edtico: compre, vote, obede\u00e7a \u00e0s leis.<\/p>\n

\u201cAh, voc\u00ea fala tudo isso mas vive contradi\u00e7\u00f5es do mesmo jeito de quem vota\u201d. Certamente, as contradi\u00e7\u00f5es s\u00e3o pr\u00f3prias de quem tenta resistir dentro de uma sociedade capitalista. Quem n\u00e3o as vive, j\u00e1 foi cooptado pelo espet\u00e1culo<\/em>. Temos de aprender a beber nestas contradi\u00e7\u00f5es, sem sentimentos de culpa imobilizantes, mas, mesmo vivendo-as, ressignificando-as e transformando-as em profunda fonte de energia que nos empurre, prazerosamente, na caminhada da sociedade livre que sonhamos. Contudo, dentre as incoer\u00eancias, legitimar o sistema pol\u00edtico – assim como abra\u00e7ar o consumismo – n\u00e3o \u00e9 apenas uma contradi\u00e7\u00e3o de quem luta contra o capitalismo, mas uma ajuda, um est\u00edmulo, uma for\u00e7a danada para que ele continue a promover mis\u00e9ria e a controlar nossos corpos, mentes e sonhos. Essa contradi\u00e7\u00e3o \u00e9 um fardo muito grande; e esse fardo n\u00e3o posso carregar.<\/p>\n

A nega\u00e7\u00e3o ao sistema pol\u00edtico \u00e9, sim, um grito de liberdade, como s\u00e3o as nega\u00e7\u00f5es ao racismo, ao machismo, \u00e0 homofobia, ao consumismo, ao movimento inanimado do capital e suas apar\u00eancias. A liberdade \u00e9 um processo, n\u00e3o uma circunst\u00e2ncia que lhe apresentam, n\u00e3o um direito que lhe d\u00e3o. Ela n\u00e3o \u00e9 dada por ningu\u00e9m, \u00e9 arrancada \u00e0 for\u00e7a! A liberdade j\u00e1 come\u00e7a quando sonhamos em ser livres.<\/p>\n

\u201cEstas reflex\u00f5es podem ser rotuladas de bonitas, mas pol\u00edtica e socialmente invi\u00e1veis por aqueles que acham a autoridade, o partido, o Estado, o poder enfim, o mestre da transforma\u00e7\u00e3o social<\/em>\u201d (Roberto Freire, Utopia e Paix\u00e3o \u2013 A Pol\u00edtica do Cotidiano<\/em>).<\/p>\n","protected":false},"excerpt":{"rendered":"

(Charge: Latuff) \u201cViver \u00e9 t\u00e3o gostoso, t\u00e3o pouco, t\u00e3o curto, t\u00e3o in\u00e9dito. Temos tantas potencialidades ocultas que o certo seria assumirmos tudo o que se manifesta em n\u00f3s como vida e nos autogerirmos, nos autodeterminarmos, nos autorregularmos, porque somos apenas usu\u00e1rios circunstanciais dessa energia infinita. 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