Bicho que olha e nada vê



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Por João Martins

 

sonolento o dia inteiro
levantando as ideias na horizontal
o corpo despende
escorregando pelas ruas
regurgitado pela sociedade.
O rumo é a sobrevivência

catando com as unhas sujas
algumas bitucas de cigarro
“com uns dez dá pra apertar um fino”
com os pés,
menos sujos que os olhares de quem passava,
afasta as folhas procurando qualquer coisa
afasta a terra plantando uma
esperança que valha dez reais

A situação é de muitos
bicho há muito que
nas memórias
re clama o tempo em que pelo menos
era aceito como gente que se recolhe
a um aposento antes de dormir.

João Ernesto ainda acredita que as reticências querem dizer muita coisa…


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