Soneto distraído I



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Por Tiago Dias

pode ser leve a vida
quando a brisa aveluda a pele.
os poros recebem a lida
ela por si se revele.

no seio da imagem que se afinca
cresce outra sem qualquer vaidade
enquanto brilha e se esconde – brinca
como menino: cresce e desaparece a verdade.

pode ser leve a vida
quando se esquece dela
para se deixar velejar

por todas as dores
capazes de nos reinventar
como botões na sina das flores.

(Distraído, 2014)

Tiago Dias é poeta e contista


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