Rio*



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(Pintura: Wendell Well)

Por Vanessa Dourado

As curvas despertam os olhares curiosos
De quem lhe encontra pela primeira vez
O humor descontraído e a personalidade renitente
Encantam e apaixonam no primeiro olhar

As esquinas cinzas guardam as vicissitudes
De sua história, há um ar provocante e cortês
Sorriem seus morros e de braços abertos recebem
Quem se entrega à sua Lapa sem pestanejar

Embebedam suas noites agitadas e cheias de luz
Os amantes, sem tempo para talvez
Ondas debaixo do sol ardente dançam
E quebram nas rochas do seu arpoar

Não permanece o mesmo aquele que se entrega
Às suas loucuras cheias de sensatez
Permanece seu cheiro impregnado
Nos versos do poeta ao se apaixonar

Há alegria nos rostos de seus cantos
Cheios de paladares e embriaguez
Copas e Cabanas se estendem em seu dorso
Nos seus morros morrem seus filhos sem alardear

Ipanema lança olhares desconfiados
Que vêm dos Vieira, Solto e burguês
Emana vida, energia e cantoria

* Poema selecionado entre 800 participantes de 20 estados brasileiros e mais 4 países para um concurso em comemoração aos 450 anos do Rio de Janeiro. “Rio” participará do livro-antologia Rio de Palavras – 450 Anos de História e será editado pela Editora Litteris. 

** Poema publicado no livro Palavras Ressentidas, da autora.

Vanessa Dourado é poetisa e feminista latino-americana


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