Uma sessão de análise



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(Foto: Pedro Norton)

Por Nagle Melo

Incrível como a vida se encarrega de nos mostrar novas possibilidades. Mas acredito que, para isso, também devemos apostar na escuta de nós mesmos, de nossa intuição.

Quando eu era mais nova costumava não escutá-la achando que esta era, apenas, excesso de imaginação ou fantasia. Com o passar dos anos fui percebendo que minha intuição, na grande maioria das vezes, tinha um sentido e eu, por não ouvi-la, só me dava mal. No entanto, ouvir a si mesmo não é uma tarefa simples. É necessário coragem, pois a intuição nada mais é do que o seu eu interior. Sendo assim, se não formos sinceros e assumirmos este eu interior e tudo o que o acarreta, jamais iremos sequer conhecer a nós mesmos.

Quem se conhece e sabe das limitações que possui, tendo como base as inúmeras experiências da vida, tem mais chances de se ligar no que aquela voz interior sussurra e, com isso, evitar alguns sofrimentos. É claro que viver é se arriscar o tempo inteiro. A diferença é que, cada vez que nos permitimos nos conhecer, destinamos nossa energia interior a situações diferentes, com novas possibilidades e riscos. Afastando-nos, assim, das repetições que normalmente nos levam ao fundo do poço.

Na constante tentativa do equilíbrio, o desequilíbrio surge e ressurge quantas vezes for preciso para que tomemos consciência de nossas atitudes. Cada situação de crise carrega um aprendizado que temos de desvendar. Bem “decifra-me ou te devoro” mesmo. Escolhi a psicanálise para me ajudar a me decifrar, mesmo sendo devorada algumas vezes.

O grande lance é deixar-se transformar. E isto leva tempo. Vamos começar?

Nagle Melo é psicóloga, amante do ócio e escreve o que seu coração grita


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