Surrealismo



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(Pintura: Vladimir Kush)

Por Airton Lima

 

Surrealismo

substantivo, masculino

 

1.linguagem

2.signo

3.forma de expressão

4.viagem, delírio

 

Duas vertentes, ao meu entender, assimétricas, permeiam o vir-a-ser da coisa surreal. Invocando a arte de Maria Martins, onde a obra reflete a metamorfose dos corpos que têm vida: quando o homem, o animal e/ou vegetal, ao interagirem fisicamente entre si (um defunto em decomposição sobre um solo coberto de sementes, que por sua vez, aparecem germinando sobre restos de corpos espalhados pelas aves), dando vida às coisas.

Imbricada a esta imagem de mutação temos a imagem do casulo de borboleta, d’onde busco criar uma imagem do que ocorre em seu interior, e com isto dá expressão ao que entendo ser a manifestação do surrealismo.

…ou,

_o que nos chega por representação/imagem surreal?

_Imaginantes do mundo!… (precisamos aprisionar na mente…) Que coisa se faz entre a lagarta e a borboleta.

_Onde?… Uma analogia do casulo com o processo criador do minotauro?

… O capricórnio, a psicodelia…

Sem sair do casulo, e buscando a ilustração ideal de inspiração dadaísta, revejo o reflexo “pink floyd”… ilustrando assim o que exponho como a outra ideia de surreal.

… Imagem aprisionada na mente, deste casulo, pode, agora!, sair um enorme dragão. Deste, tudo é possível sair, pois que, sendo de inspiração dadaísta, nasce da imaginação, que por sua vez, se faz fruto de psicoativo e/ou psicodelia.

Pois que se tratando de psicodelia, está permeada pelo predomínio dos estados alterados da mente (ñ se perdendo de vista que imagem é experiência humana sem a qual não há o que representar), pois que do nada não se tira nada. Nesta, uma liberdade desenfreada de misturar coisas com outras coisas, simplesmente produzem coisas.

Desses estados alterados da mente, do casulo, que outrora saíra borboletas, agora sai um enorme dragão. Dali… daquele casulo alterado na mente, de agora em diante, de tudo é possível sair, pois que só depende daquele quem cria a coisa, o psicoativo.

Airton Lima é natural do materialismo dialético e vive na busca do entendimento sobre a técnica do ator vivo, pratica o teatro de um só homem e/ou de um homem só 


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