Uma alegoria falante



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Joana Bê

Eu falo alto que é pro mundo saber que o desejo é coisa viva, pra se gritar, jogar no vento. A gente tem que perder essa mania de falar das coisas chatas em público e das coisas boas só na segurança das paredes. É difícil, tá. Tá, eu sei que é difícil. Mas, olha, é difícil também segurar, sabia?! Por isso solto na rua, tiro a coleira do tesão e mando desfilar na avenida. Senão fica lá, escorado na porta, contando o tempo da vontade, fingindo de morto. Dá dó.

Ontem quase não durmo! Rolei a noite inteira na cama, joguei o lençol no chão, quase derrubo o celular. Virei e revirei até a diversão dar conta do delírio – algo em torno de rápidos 3 minutos.

Na hora foi bom, né. Aquele descarrego. Mas o que eu queria mesmo era você por entre os dedos. Uma hora e três minutos, tempo mínimo.

Joana Bê é historiadora, acredita em luta de classes, mas não acha astrologia besteira


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